“Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” (Provérbios 27.17)
A tecnologia chegou para ficar. E é impossível negar que ela tem sido responsável por mudanças substanciais em nossa vida, nos mais diversos aspectos. Quando falamos em tecnologia facilmente nos vem à mente o mundo eletrônico com seus inumeráveis aparatos e recursos. Mas tecnologia vai além da eletrônica. Também envolve outros processos, envolve utilização de compostos químicos, envolve a organização do trabalho e tantas outras coisas. E cada vez mais a maneira como vivemos é diferente da maneira como vivíamos por causa dela. Hoje podemos comprar um jeans velho novinho em folha. Podemos preparar uma lazagna em menos de 10 minutos e sem acender a chama de um forno. A indústria preparou isso para nós. Há perdas e ganhos em tudo isso. E devemos ser cuidadosos, pois podemos estar perdendo aspectos vitais para nossa saúde e felicidade.
Um deles diz respeito a relacionamentos. Preenchemos nossas vidas com os mais diversos artefatos da tecnologia. Não precisamos ir até as pessoas para falar com elas ou vê-las. Temos muito com o que preencher nosso tempo e nos distrair. As relações humanas têm ficado restritas ao campo das necessidades práticas. E com uma vida cheia e acelerada, não temos tempo uns para os outros e, quando o temos, não sabemos muito bem como aproveitá-lo. Mas a vida no que diz respeito ao seu sentido, significado e propósito precisa de tempo, olhares, palavras ditas face a face, abraços, conversas difíceis tanto quanto as prazerosas, repreensão e encorajamento. A vida se edifica na calma dos encontros e não na pressa das tarefas. E não há tecnologia que resolva ou modifique isso. Mil contatos não substituem um amigo. Milhares de likes não compensam a falta de um abraço. Podemos ir levando, mas acabaremos percebendo a falta do que jamais será dispensável: pessoas!
Nem mesmo Deus pretendeu substituir as pessoas em nossa vida. Na narrativa de Gênesis Ele declara que a solidão não é boa para o ser humano. Pessoas precisam e pessoas. Ele não nos disse apenas para o amarmos, mas também para nos amarmos, uns aos outros. Mas tudo tem ficado diferente e parece que estamos perdendo nosso senso de coletividade. Temos nos tornado menos relacionais. Se entendêssemos melhor sobre o que significa ser um ser humano, seríamos mais cuidadosos e evitaríamos o isolamento e individualismo que tanto cresce entre nós. Aproveitaríamos mais as oportunidade de estarmos juntos, de trocarmos palavras, de sorrirmos uns para os outros, de fazer e responder perguntas. Ainda há tempo! Especialmente nós, cristãos. Como famílias, amigos e também como igreja: resgatemos o caráter relacional de nossas vidas. Sejamos companheiros. Estejamos presentes e que as nossas vidas afiem umas às outras! Você faz falta! Esteja mais presente e seja mais amigo.