Sul e Extremo Sul devem colher 2 milhões de sacas de café conilon

Sul e Extremo Sul devem colher 2 milhões de sacas de café conilon. Fotos reprodução internet

Mais de 2 milhões de sacas de café conilon devem sair das fazendas do Sul e Extremo Sul da Bahia este ano. Não é uma super safra, mas os resultados animam os produtores rurais da região, que no ano passado produziram 1 milhão e 800 mil sacas, consolidando a Bahia como segunda maior produtora desta variedade de café no Brasil. O Espírito Santo ainda ocupa a primeira posição no ranking, com cerca de 6 milhões de sacas por ano.

De acordo com Gilberto Borlini, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela, “este ano está sendo um ano de recuperação, devido à seca que a gente passou. As lavouras estão bonitas, mas ainda estamos colhendo e não contabilizamos. Ano que vem promete ser uma boa safra, vai ser um ano ainda mais promissor”.

Alguns produtores estão colhendo até 20% a mais do que em 2017. A alta produtividade seria resultado de bons período de chuva, que possibilitaram uma recuperação depois de quase cinco anos de seca, mas sobretudo da tecnificação aplicada no cultivo.

Sul e Extremo Sul devem colher 2 milhões de sacas de café conilon
No Extremo Sul, é comum o espaço ser dividido entre duas culturas. Foto Foco no Poder

Tradição

Na fazenda Luciana, em Itabela, os pés carregados de café – com hastes que chegam a pender em direção ao chão – enchem os olhos de quem visita o cafezal mantido pela família Covre. Os frutos de um vermelho-cereja intenso dão um colorido especial nos mais de 1 milhão de pés de café conillon espalhados por 350 hectares. Um cenário de beleza e eficiência. Entre as fileiras, máquinas e 150 funcionários estão em ação na colheita de uma das maiores safras dos últimos anos. São seis dias de trabalho intensos, de segunda a sábado, para dar conta de tantos frutos.

Ricardo Covre, que faz parte da terceira geração da família a produzir café, ainda não sabe qual o tamanho total da produção este ano, nem quanto será colhido em toneladas, mas adianta: “A colheita deve ser concluída até o fim de junho e os produtores já planejam comemorar. Uma boa safra, um bom ano, por isso vamos realizar a Festa do Café entre os dias 24 e 26 de agosto para celebrar”, afirma Covre.

Extremo Sul

Além do café, os produtores rurais do Extremo Sul geralmente cultivam outros alimentos na mesma propriedade. A Fazenda Luciana, por exemplo, possui 20 hectares plantados com pimenta-do-reino e 12 hectares de mamão Havaí. A produção começou com Olival Covre, um capixaba que chegou na Bahia nos anos 1940. Atualmente o trabalho no campo envolve seis pessoas da mesma família. A produção é comercializada em vários estados, entre eles Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Sergipe.

A diversificação da produção da Fazenda Luciana faz parte do perfil da agricultura do Extremo Sul do Estado, que inclui ainda outros grandes municípios, como Eunápolis e Itamaraju. Há 50 anos era o extrativismo e a pecuária que se destacavam na região, mas hoje estas atividades dividem espaço e importância com a fruticultura, que se tornou carro-chefe da economia. A área também é grande produtora de eucalipto e de frutas de clima tropical, como banana, cacau e maracujá.

“É uma região extremamente agrícola. Foi um processo natural e gradativo, como o clima é tropical, qualquer fruta se adapta na região. E como o perfil do agricultor é empreendedor, ele foi vendo o mercado e se adaptando, na questão da produtividade e na forma de investimento em outras culturas. Tudo impulsionado pelo campo”, acrescenta Ricardo Covre.

Só em Itabela, onde existem mais de 500 produtores rurais, o agronegócio é a principal fonte de economia, responsável por 70% dos empregos gerados diretamente e por 80% dos indiretos.

Fonte: Correio 24 horas

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