“Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.” (2 Coríntios 12.10)
Não se trata de masoquismo e muito menos de penitência baseada em dor, algo ainda praticado em algumas religiões. Paulo está falando sobre a benção de ter uma visão mais clara de si mesmo e com isso beneficiar-se da graça, do amor e bondade de Deus. Algo que eu e você também precisamos.
Temos muitas ilusões sobre nós mesmos. Nosso ego, quando seguimos por dias leves e cheio de realizações, facilmente ilude-se sobre nossas reais possibilidades e virtudes. Porque não cometemos erros que alguns cometeram, porque não sofremos as quedas que alguns sofreram, podemos pensar que somos diferentes. Que o que nos mantém de pé é nossa estrutura e firmeza moral. E na medida que nosso ego se hipertrofia, a visão do Reino de Deus se obscurece. Perdemos a noção mais clara do que significa o amor e a graça de Deus.
Nessa toada podemos facilmente nos tornar intolerantes, julgadores e presunçosos. Habitados por uma atitude que nos deixa sempre prontos para perguntar: você sabe com quem está falando? Consideramo-nos dignos de certo tipo de atenção e tratamento. Inadvertidamente agimos como orgulhosos, mas damos a isso outros nomes.
A prepotência, o orgulho, são doenças incuráveis no coração de pecadores. Ser humilde é uma escolha e não um dom. As vezes precisamos ser confrontados por fraquezas, sofrer insultos, passar necessidades, sofrer perseguições e sentir o peso de angústias. Essas coisas revelam nossa fraqueza, nossa impotência, nossa fragilidade. As vezes precisamos quebrar a cara para consertar o coração.
Um espírito quebrantado recebe especial atenção de Deus. E em nossa fraqueza, podemos ser fortalecidos por Seu poder. E Seu poder sempre vem acompanhado de Seu amor. E então somos fortalecidos na direção certa: para servir e amar. É aí que nossa fraqueza torna-se uma benção, abrindo caminho para nosso serviço, nosso amor e nossa adoração. Eis porque o apostolo se regozija em suas fraquezas.
Não importa quem somos, somos fracos e necessitados de Deus. Somos humanos e iguais a todos os demais seres humanos. Ainda que algo nos diferencie, que não tenha o poder de nos iludir sobre quem somos. Pois se o fizer, nos desviamos do Evangelho. Que nos lembremos disso, de manter a consciência de que somos fracos. Pois há bênçãos na vida cristã que somente os fracos podem desfrutar.