Síndrome deixa a urina preta em grande parte dos casos
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) emitiu mais uma atualização acerca da situação epidemiológica dos casos compatíveis com a doença de Haff, no ano de 2020.
A síndrome tem chamado a atenção da população por suas características mais peculiares: a urina cor de café e associação ao consumo de pescados e crustáceos.
Trata-se do segundo boletim epidemiológico publicado. No primeiro, eram totalizados 30 casos confirmados até 27 de novembro, sendo que, dessa data até 09 de dezembro, foram somados mais 10.
O boletim da Sesab informa que, no total, foram notificados 45 casos, sendo que:
- 40 confirmados (27 laboratorialmente e 13 por critério clínico-epidemiológico),
- 01 permanece em investigação, e
- 04 foram descartados.
De agosto para cá, novembro foi o mês com maior número de notificações, chegando a 80%. Do total de 40 casos observados, 21 (52,5%) pertencem ao sexo feminino.
A faixa etária que apresentou o maior percentual de casos foi de 50 a 59 anos (32,50%).
Quais cidades têm registrado casos?
Os municípios de Salvador e Camaçari continuam sendo os que apresentaram o maior número de registros, com 17 e 16 casos respectivamente.
Além destes, Entre Rios manteve três casos até então. Dias D’ávila registrou dois; Candiba e Feira de Santana, um em cada.
IMPORTANTE: Nenhum caso havia sido notificado nas regiões Sul e Extremo Sul do estado até o fechamento do boletim.
Sintomas e a ingestão de pescado
Ainda conforme o boletim da Sesab, a mialgia (dor muscular) foi o principal sintoma apresentado, em 60% dos casos.
Em seguida, aparecem: urina escura/cor de café (42,5%) e dor em membros superiores/inferiores (37,5%). Outros sintomas somam 60%.
Embora, não tenha sido plenamente descrita como causadora da doença, em todos os 40 casos registrados neste ano, na Bahia, foi informado que o aparecimento dos sintomas ocorreu após a ingestão de peixe.
Foram 75% os que relataram ter consumido o peixe tipo “olho de boi”.
Orientações
A Sesab menciona que a doença não possui tratamento específico.
No caso de aparecimento dos sintomas, recomenda-se que o indivíduo busque uma unidade de saúde.
Outros que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo precisam ser identificados para captação de possíveis novos casos da doença.
Confira a íntegra do documento: Boletim Epidemiológico da Doença de Haff Nº 2 (2020)
Sobre a doença
O Centro Informação Estratégica em Vigilância em Saúde da Bahia (CIEVS) alerta que a doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e se caracteriza por
- ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular,
- dor torácica,
- falta de ar,
- dormência e perda de força em todo o corpo,
- além da urina cor de café, associada a elevação sérica de da enzima CPK, associada a ingestão de pescados.
A doença pode evoluir rapidamente com insuficiência renal e, se não adequadamente tratada, levar ao óbito.