Setembro Amarelo: falando sobre suicídio

Setembro Amarelo: falando sobre suicídio
Foto: Freepik

“Suicídio é decisão individual, pois todos têm direito a exercitar o livre arbítrio”.

FALSO. Suicidas estão passando, quase que invariavelmente por uma doença mental que altera de forma radical sua percepção da realidade e, como consequência, interfere no livre-arbítrio.

Uma grande pesquisa publicada pela OMS e pela Cartilha Suicídio – Informando para viver, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), mostra que em apenas 3,2% dos casos analisados não foi identificada alguma doença mental. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção. Após os cuidados, o desejo de se matar desaparece em praticamente todos os casos.

Em média, 17% das pessoas pensam em se suicidar em pelo menos uma ocasião na vida. Dessas, 5 planejam o ato no mínimo uma vez, 3 tentam e 1 chega ao pronto-socorro.

FATOS. Por isso, é necessário que os pensamentos, os planos e as tentativas cheguem, no maior volume possível, ao conhecimento de médicos e especialistas, para que possamos diminuir cada vez mais os números das estatísticas.

Uma pessoa que pensa em suicídio não necessariamente vivera sempre em risco a vida inteira, desde que ela faça o acompanhamento adequado, desaparece com eficácia os pensamentos de suicídio, levando assim uma vida normal.

Um mito que produz muitos prejuízos. A maioria das pessoas fala ou dá sinais sobre sua ideia? Boa parte das pessoas expressam em pensamentos, inclusive para profissionais da área da saúde ou amigos próximos. Vários fatores impedem que esses sinais sejam bem dimensionados e direcionados.

Quando uma pessoa que deixou transparecer ou mesmo assumiu vontade de se suicidar passa a sentir melhor, isso significa que a ideia foi abandonada? Negativo, a tranquilidade aparente pode significar, por exemplo, um sentimento de alívio por ter chegado á conclusão de que se matar é a melhor opção. Neste estágio a única coisa que garante o abandono da ideia é o tratamento.

Quem sobrevive a uma tentativa de suicídio está livre do problema? Sem tratamento, ao contrário. Os períodos de recuperação da crise, em casa ou no hospital, estão entre os mais perigosos. Pacientes que tentaram uma vez, têm de cinco a seis vezes mais chances de buscar o suicídio em outras ocasiões. Metade dos que se suicidaram no mundo haviam tentado ao menos uma vez antes, dizem as estatísticas.

O suicídio não é um fenômeno recente, mas os números têm impactado fortemente os órgãos internacionais de saúde que não há dúvidas: estamos diante de um grave problema de Saúde Pública. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, quase 6% da população no mundo, cerca de 800 mil pessoas morrem de suicídio anuais. O Brasil e os Estados Unidos lideram o Ranking dos primeiros lugares.

No mundo, as notificações apontam para um suicídio a cada 40 segundos no mundo e no Brasil, a cada 46 minutos uma pessoa tira a própria vida. Uma realidade devastadora quando se identifica o perfil das vítimas brasileiras a maioria é homem negro, com idade entre 10 e 29 anos segundo dados do ministério da saúde avaliados nos últimos quatro anos e divulgados em pesquisa no ano passado.

Na Bahia entre 2010 e 2019, foram contabilizados 8833 casos de Lesões autoprovocadas e destes 5.160 foram casos de suicídio. No ano de 2020 foram registrados 634 óbitos por suicídio na Bahia.

SUICÍDIO E SAÚDE MENTAL  

Comportamento Suicida

Estou: Acabado, machucado, iludido, sozinho, rejeitado, decepcionado, Agonia, desanimado, depressivo, quebrado, estranho.

Falas frequentes: Eu preferi está morto, eu não posso, eu não vejo solução, eu não tenho o que fazer, eu não aguento mais viver, eu sou um peso para as pessoas, os outros vão ser mais felizes sem mim, eu não acredito mais em Deus.

17% das pessoas no Brasil pensaram em algum momento na vida em tirar a própria vida. 79%das pessoas que se matam tem a ver com a renda.

Com mais ou menos 15 milhões de desempregados no país fica mais critica ainda essa situação. A segunda principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos, é o veneno, o enforcamento e a arma de fogo.

Temos o CVV, que é Canal de Valorização da Vida, discando o 188 você tem acesso direto ao atendimento gratuito.

E todas as universidades que têm o curso de psicologia integrado tem atendimentos gratuitos para a população, informações preciosas que podem salvar vidas.

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Texto de autoria da psicóloga Juliane Gurutuba (CRP: 03/17997), em parceria.

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