Quer segurar a realidade que lhe foge, ancorar o espírito em qualquer coisa:
num emprego sem carteira assinada, num trabalho insalubre.
A luta pela sobrevivência é grande, vivendo preso a um desfiladeiro inacabado de penosidade.
Estão em obras da construção civil, em empresas de limpeza urbana, como também nos condomínios.
Seus universos são os interiores de banheiros, lixos e esgotos.
Vivem com um padrão de vida baixo, pouca instrução, mobilidade social quase inexistente — e uma provável morte prematura.
Mas a crônica não gosta de lembranças tristes, por mais heróicas que também sejam.
Não vai para tragédias. Prefere coisas doces, leves, sem sangue nem lágrimas.