Desde o dia 19 deste, Porto Seguro vivencia uma programação em comemoração ao Descobrimento do Brasil. O Dia Nacional do Índio foi a abertura oficial da Semana do Descobrimento.
A apresentação das tribos indígenas, onde cada aldeia mostrou seus rituais e danças, foi muito bonita. Após a abertura oficial deu-se início aos Jogos Indígenas.
No momento em que as aldeias dos Índios Pataxó estavam fazendo suas apresentações em frente ao mar, pude imaginar um cenário com as naus de Cabral aportando e os índios tendo seu primeiro contato com o homem branco. 510 anos se passaram e a cultura indígena continua viva nas mentes de seus descendentes. Atualmente são mais de 15 mil Índios Pataxós na costa do extremo sul da Bahia.
No dia 20, houve várias atrações na Passarela do Álcool, com danças indígenas, palestras, degustações, exposição de artesanatos indígenas e inicio da Gincana da Cidade. Às 21h encerraram as apresentações indígenas com desfile da cultura viva dos Pataxó.
Já no dia 21, pela manhã aconteceu, na Passarela do Álcool o evento “Saúde em Ação”. Foi um momento descontraído em que a melhor idade teve a oportunidade de participar da Semana do Descobrimento, aferindo sua pressão, medindo a glicose e tomando vacinas. O pessoal da saúde bucal também esteve presente e fez um trabalho preventivo. Por volta do meio dia foi um momento de maior descontração, pois inicio um “aulão” coletivo de ginástica aeróbica, e toda a turma da melhor idade caiu na folia. A aula foi coordenada pelo professor de Educação Física Luciano. Todos os profissionais da saúde estavam presentes neste evento. O secretário Manoel Messias e o prefeito Gilberto Abade finalizaram o evento com discursos e agradecimentos aos presentes. A Saúde marcou ponto
Às 20h foi realizada uma solenidade de entrega de títulos de Cidadão Porto-segurense na Câmara de Vereadores. A comemoração foi conduzida pelo presidente da casa, Carlito Martins. Na ocasião estavam presentes várias autoridades do município.
O Dia do Descobrimento
Foi dado início com a apresentação da Filarmônica 2 de Julho que emocionou a todos os presentes. Em seguida, a Missa Campal dirigida pelo padre Manoel reuniu mais de 600 pessoas. Após a missa houve um desfile militar, com a presença da polícia militar, marinha, exército e aeronáutica. As pitangueiras nunca tiveram visitas tão ilustres e uma apresentação tão organizada depois da chegada de Cabral.
Dando continuidade às festividades, no período da tarde, houve a inauguração do Consulado Honorário de Portugal, tendo como cônsul Moacyr Andrade, figura ilustre e importante deste município.
À noite aconteceu na Cidade Histórica a apresentação da Orquestra Sinfônica da UFBA, um momento sublime e muito importante para a cultura de Porto Seguro, já tão castigada pelo monopólio da música axé. A apresentação reuniu mais de mil pessoas com a presença de várias autoridades, entre elas deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores, promotores, juízes, etc.
Gostei muito da apresentação da orquestra sinfônica porque lá vi famílias aplaudindo de forma veemente a orquestra.
A partir das 21h, um grande show de música gospel, que reuniu mais de 2 mil pessoas, bandas locais e a grande atração Fernandinho e Banda, do Rio de Janeiro, encerrou, com chave de ouro, o Dia do Descobrimento.
As festividades vão até o dia 25.
Comentários
Moro há doze anos nessa belíssima cidade e confesso que nunca houve na história política e cívica deste município uma comemoração tão organizada como a que está acontecendo nesta semana. Quero parabenizar aos organizadores do evento e principalmente ao prefeito Gilberto Abade por realizar um evento de tamanha magnitude para os festejos comemorativos do descobrimento do nosso país. Fica como sugestão ao nobre prefeito que encaminhe através dos seus deputados um projeto de lei para o congresso nacional votar e ser sancionado pelo presidente da república o dia 22 de abril como feriado nacional em comemoração à descoberta desta pátria, tão linda e importante para nós, brasileiros. Acredito que nós, portossegurenses merecemos este feriado a nível nacional. É uma vergonha termos vários feriados nacionais de menor relevância e não termos a data do descobrimento do nosso país um feriado nacional.
Polinter
Estive em Salvador junto com o diretor do Imprensa Livre, Geraldinho Alves, e fomos até o gabinete do delegado geral da policia civil, Joselito Bispo, o qual nos atendeu de forma muito educada. Perguntamos se o Edésio Lima continuava preso ou estava em liberdade e ele nos disse que Edésio se encontra no mesmo presídio da Polinter com mais 69 presos custodiados pela polícia civil à disposição da justiça. Não existe nenhum favorecimento na Polinter para Edésio Lima, e foi categórico em afirmar: “a polícia civil investigou as mortes dos diretores da APLB, elucidou o caso e prendeu os suspeitos executores e mandante. O nosso papel fizemos e fizemos com competência”.
Insegurança pública
A insegurança pública continua sendo o grande pavor da população do extremo sul da Bahia. Os casos de mortes têm acontecido constantemente e estamos chegando a um índice muito elevado de homicídios e roubos a mão armada. Citando as três maiores cidades do extremo sul, Eunápolis, Porto Seguro e Teixeira de Freitas, temos mais de quatro assaltos a mão armada por dia. Na cidade de Itanhém, no inicio deste mês, houve uma emboscada em que morreram inclusive policiais. Nos distritos de Arraial de Ajuda e Trancoso, em Porto Seguro, esta semana aconteceram três bárbaros homicídios. No Baianão, bairro de Porto Seguro os comerciantes instalados em volta da Praça da Caixa d’Água estão atemorizados. Houve, somente em um dia três assaltos a mão armada. O problema de insegurança pública é tão grave que no bairro há comerciantes que estão atendendo os seus clientes atrás das grades. Estamos invertendo os papeis; o comércio que gera emprego e renda trabalha preso para se livrarem dos bandidos que estão à solta para praticar os seus roubos. Será que a segurança pública do estado não tem mais domínio sobre os bandidos e jogou a toalha? Os moradores do extremo sul da Bahia aguardam uma solução urgente do governo do estado.
por Ramiro Guedes – 25-4-2010
Wilsinho e a verdade
Na festa em que se comemorou a posse de Wilsinho Brito na Secretaria de Infraestrutura, em entrevista a sites da região, Wilsinho declarou em alto e bom som: “não sou candidato a prefeito de Teixeira de Freitas e meu título eleitoral é do Prado”. Isso em público, pois no privado, Wilsinho admite que é candidato.
Mera questão de estratégia e quem quiser que engula.
Começou
Um prócer do governo Jacques Wagner afirmou a esse escriba que o governador está mal satisfeito com Wilsinho. Para Jacques Wagner, é inaceitável que o seu novo secretário apóie a candidatura de Timóteo Brito. Timóteo é Geddel, filho de Afrísio, e Geddel, filho de Afrísio, é adversário, quase inimigo, de JW.
Começou a inana.
E a festa da cidade?
Depois que a administração abatinada resolveu não fazer a Festa da Cidade, as opiniões entre a população voam em mil direções, umas defendendo a realização da festa, outras apoiando que ela não aconteça. Esse abestado escriba, que não deve ser usado como balizador de qualquer opinião, sempre foi contra a tal Festa da Cidade. Não traz qualquer benefício, tira dinheiro da cidade, torna-se em valhacouto de bandidos e, mal maior, propaga a praga do axé, tocado em uma decibelagem incrível nos trios elétricos. A cidade gastar 400 mil reais com a tal festa é um absurdo, uma cidade que não consegue estar limpa ou ao menos coletar seu lixo com eficiência.
Não haver festa é uma bênção.
Mas daí….
A administração abatinada vir dizer que não vai fazer a festa por não poder gastar e que não a faz por economia, visando o bem da população, é transformar a verdade em uma dama de ocasião. A administração municipal não faz a festa da cidade por que está quebrada e porque só concebe o evento sob esse formato de micareta, com todos os seus males e estrépitos. Esse 9 de maio que aí vem é a festa de 25 anos da cidade, a sua boda de prata, ocasião que deve ser festejada, sim. Por que não fazer uma festa cultural, uma festa para o povo, com gincanas, peças de teatro, bandas populares locais e outras atrações? Seria sem a feérica explosão de trios e com uma comemoração que chegue à alma de nossa gente. Essa cidade é muito querida para não ter seus sofridos 25 anos comemorados.
Será que alguma coisa vai acontecer?
Um hino
A música se chama Legião dos Esquecidos, e começa assim: “Onde será que está aquele moço Fulano de Tal…” Ficou conhecida em Teixeira como a música de Ivan Rocha, jornalista sequestrado e desaparecido em 21 de abril de 1991. Por mais que forças democráticas lutassem, o caso de Ivan Rocha jamais foi deslindado. Escrevo essa coluna em 18 de abril, e nela quero lembrar ao povo que essa marca vergonhosa continua sendo uma cicatriz no rosto da liberdade na Bahia. Em Itabuna, no Dia do Jornalista, a família de Manoel Leal, outro assassinado, foi indenizada com 100.000 reais pelo governador Jacques Wagner. Para Ivan Rocha, o que primeiro se quer é justiça: que os sequestradores assassinos sejam presos e punidos, para que se limpe a vergonha do rosto de nosso estado. Prometemos não esquecer essa luta: Ivan Rocha vive.
Outro hino
“Quem é essa mulher que canta sempre esse estribilho: só queria encontrar meu filho, que mora na escuridão do mar…”. Esses são versos da encantada canção de Chico Buarque, chamada Angélica, dedicada a Zuzu Angel, mãe de Stuart Angel, assassinado pela ditadura que a Folha de São Paulo transformou em Ditabranda. Zuzu lutou para recuperar o corpo de Stuart até ser assassinada por essa mesma ditadura. Na URBIS, em uma casa pobre, com muita dificuldade, vive D. Valdelira de Jesus, mãe do jornalista Ivan Rocha. Os versos de Chico servem para ela, sofredora, e que sempre quis apenas poder enterrar o corpo de seu menino.
Como esquecer tanta miséria?