“Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!” (Salmos 19.14)
Davi é conhecido como o homem segundo o coração de Deus. Sua história revela algumas razões desse título e este salmo fala muito a respeito. Ele olha para a grandeza da criação e vê o Criador. Ele medita nos mandamentos de Deus e afirma que são fonte de vida e alegria. Compara o valor e sabor desses mandamentos à riqueza do ouro e à doçura do mel. Deus é sua Rocha e seu Libertador. Olha para si mesmo e reconhece sua fraqueza ao mesmo tempo em que nos convida a fazer o mesmo: “Quem pode discernir (identificar cada um) os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço.” (v.12) Pede também que Deus o livre do orgulho, pois somente assim poderia ser íntegro e inocente de grandes transgressões. Afinal, ele deseja falar e pensar de maneira agradável a Deus.
Este salmo nos ajuda a perceber o quanto há em Deus e o quanto falta em nós! Leva-nos, se escolhermos seguir Davi, um passo além da sinceridade. No cristianismo a sinceridade, embora muito importante, não é tudo. Ela não deve nos acomodar mas nos levar cada vez mais para os braços de Deus. Sem ela corremos o risco de estar longe de Deus, pensando que estamos perto. Davi não agradaria a Deus sem sinceridade, mas sabia que precisava de Deus para ser santo. Ninguém consegue sozinho. Somos no máximo iludidos, pois há em nós maldades que desconhecemos e que por isso mesmo nos vencem, diariamente. A santidade que Deus promove exige que haja sinceridade em nós, anseios sobre Deus e disposição para mudanças.
Por isso as súplicas que Davi faz neste salmo são tão preciosas para nós. Elas nos ensinam que toda nossa sinceridade é menos que o necessário. Precisamos da ajuda de Deus! Elas nos falam de mudanças interiores, promovidas pelo perdão amoroso de Deus. Há uma sequência interessante nesse salmo: Davi celebra a presença de Deus, reconhece Seus mandamentos como fonte de vida e confessa sua incapacidade de corresponder ao padrão deles. Então se rende a Deus para ser perdoado e pede para ser transformado. Ele sabe quem é e crê que, com Deus, pode ser melhor. Esse parece ser o único caminho espiritual possível a pessoas frágeis e marcadas pelo pecado como nós. Por causa da presença de Deus e de Sua vontade, podemos nos candidatar a ser homens e mulheres segundo o coração de Deus.