As montanhas erguem-se majestosas para o céu. Pela manhã, parece que estão salvando o alvorecer e, ao cair da noite no pôr do sol, quando o lago beagle é tingido pela confusão de tons rubros, as montanhas cintilam magnificamente, como sentinelas de um mundo antigo.
É muito bom estar aqui, em meio a solidão de aromas e sons, e espreguiçar com os olhos fechados, sentindo em todos os membros um profundo bem-estar, com esta temperatura inspiradora de oito graus, e com esta chuva melancólica.
Nós, pessoas atolados em problemas e preocupações, também deveríamos invejar a felicidade despreocupada e inocente dos pinguins nas geleiras. Estamos vendo o além do comum e mundano nesta viagem.
Como artistas, buscamos restaurar aquela percepção infantil: um estado mais inocente de encantamento e apreciação, não atrelado à utilidade nem a sobrevivência. Com a chuva vamos fazer programas mais intimistas, sempre acompanhando do bom vinho argentino.