Sede de Deus

“Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. Quero contemplar-te no santuário e avistar o teu poder e a tua glória.” (Salmos 63.1-2)

Nossa natureza é buscar aquilo de que sentimos falta. Você sente falta de Deus? Penso que todo ser humano sente falta de Deus. Mas nem todos sabem reconhecer essa falta. E muitos procuram resolver a falta de Deus com outras presenças. E assim, em lugar de Deus, preenchem o lugar mais importante de suas vidas com outras pessoas e mesmo com coisas. O dinheiro é um fortíssimo candidato a este lugar. Por isso Jesus chega a dar-lhe o status de um deus (Mt 6.24). Por mais rico que um ser humano se torne, a falta de Deus o torna miseravelmente pobre. E o tempo revelará isso. A falta de Deus nos desequilibra e nos vulnerabiliza. Tornamo-nos vitimas de apegos e paixões que nos ocuparão, a que nos dedicaremos, sendo levados a gastar a vida impropriamente. O que ocupa o lugar de Deus torna-se o nosso tesouro e onde estiver o nosso tesouro estará o nosso coração, disse Jesus (Mt 6.21). E onde estiver o nosso coração estarão nossos recursos: tempo, dinheiro, talentos, vida. Volto à pergunta: você sente falta de Deus? Porque, reafirmo, acredito que todos nós sentimos. Afinal, viemos dele. Quem somos, em essência,  resulta de quem ele é (Gn 1.27).

O Salmo 63 é atribuído a Davi e teria sido escrito em um momento de grande aflição. Há duas fortes possibilidades: quando estava fugindo de Saul, antes de tornar-se rei; e quando estava fugindo de seu filho Absalão, que queria matá-lo para tomar posse do trono. Nas duas situação Davi está em perigo e em grande sofrimento. Impedido de permanecer em casa, com as pessoas que amava. Obrigado a viver como um fora da lei. Mergulhado nesse drama ele sentiu mais agudamente falta de Deus. Ele a chamou de sede. Gerson Borges cantou sobre essa sede. O exílio de Davi era num deserto, dos muitos da região em que viveu. Sentir sede era o natural e ele imediatamente se lembra da sede espiritual. A terra seca lhe remete à própria alma. Ele deseja comunhão, adoração. Ele deseja o consolo e a esperança. Coisas e pessoas faziam falta, mas ele tem sede maior por Deus. Ele anseia por Deus e pede que Deus o sacie. Você tem orado pedindo a Deus que sacie você com a presença dele?

Há um pequeno ajuste que precisamos sempre fazer em nossa espiritualidade. Davi parece ter existido com isso muito bem balanceado em sua vida. Precisamos começar sempre nossa busca espiritual, nossa oração, pela presença e comunhão com Deus. Buscando o próprio Deus e não suas dádivas. É comum buscarmos a Deus tendo como alvo coisas, bençãos. Oramos, jejuamos, fazemos votos. Mas é a Deus que estamos buscando ou apenas o que Ele pode nos dar? É Deus e somente Deus que nos basta. Qualquer outra coisa é menos do que precisamos. Estamos sempre necessitados e buscando avidamente o que é até necessário, mas que jamais deveria ser o mais importante. Nestes dias em que sua rotina foi alterada, melhore sua espiritualidade. Busque a Deus. Redescubra sua sede e forme de Deus. Ele ama você e generosamente se dá a quem nele confia. Quando Jesus disse que veio para que tivéssemos vida plena (Jo 10.10), foi porque veio como Emanuel – o Deus Conosco. A plenitude que nos falta é uma vida cheia da presença e comunhão com Deus. Ele está à distancia de uma oração e atento a todo coração quebrantado. Aproveite.

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