Teixeira: Secretários rasgam faixa e vigilante agride fisicamente servidores

Sem reajuste salarial há mais de 10 anos, os servidores públicos municipais de Teixeira de Freitas entraram em greve no dia 22 de março. Os grevistas reivindicam reajuste de 6,5%. “No período de 10 anos eles fizeram uma correção salarial 5%, que havia sido prometida para 2010, mas só foi efetivada no mês de janeiro de 2011. Reajuste, realmente, não temos há mais de 10 anos”, disse o presidente do Sindicato, Osvaldinei Dias dos Santos, em entrevista concedida ao jornal O Sollo no dia 30/03/12, em meio a um “apitaço” do movimento. Ele disse que até aquela data estava sem êxito na busca de contato com o prefeito padre Aparecido, que ainda não havia dado qualquer resposta.

De acordo com servidores, salários que correspondiam a 260% do salário mínimo na época em que fizeram concurso, estão hoje reduzidos a apenas 1 salário mínimo. Confirmando este achatamento salarial, o presidente do sindicato diz que todas as classes salariais da prefeitura estão achatadas. “Tinha funcionários aqui que recebiam salário equivalente a 3 salários mínimo, mas hoje recebem pouco mais de R$ 622,00”, disse Osvaldinei, que defende correção salarial para todos os servidores nas mesmas datas e percentuais do reajuste anual do Salário Mínimo.

Além do reajuste salarial, a categoria reivindica também o fornecimento de Equipamento de Proteção (EPI), férias, escala para os vigilantes, melhoria na infraestrutura, entre outros benefícios para os trabalhadores e para o serviço público em geral.

O líder sindical diz que no hospital, por exemplo, não tem sequer panelas nem ingredientes suficientes para alimentação dos servidores, que a partir de 02/04/12 passarão a fazer comida apenas para os pacientes.

Osvaldinei disse ainda que na segunda-feira, 26/03/12, uma comissão do Sindicato se reuniu com o Ministério Público de Teixeira de Freitas e com o Secretário Municipal de Administração, Edinildo. Nesta reunião, o promotor pediu que o secretário se pronunciasse até a quinta-feira seguinte, sobre as reivindicações dos grevistas, que estavam acampados em frente à Secretaria Municipal de Infraestrutura.

O presidente do sindicato diz ainda que, já no dia 22/03/12, dia do início da greve, dois grevistas que se manifestavam pacificamente em frente à prefeitura foram agredidos fisicamente por um vigilante, supostamente a mando de um secretário municipal. “Eles foram empurrando os manifestantes, e um dos vigilantes deu um empurrão em uma senhora e um tapa no rosto de outro grevista”, disse o líder sindical, acrescentando que tudo isto está relatado no Boletim de Ocorrência, com todas as provas.

De acordo com o presidente do sindicato, na manhã de terça-feira, 27/03/12, enquanto as lideranças passavam aos trabalhadores as informações sobre a reunião com o Ministério Público, “apareceram o Sr. Edinildo, o Padre Joel (secretário interino de Infraestrutura), e o Secretário de Segurança, o Clóvis, que agressivamente puxaram e rasgaram uma faixa do movimento, levando o presidente do sindicato a registrar um boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil. “Eles estão falando que nós estamos fazendo baderna, mas quem está fazendo baderna são eles”, afirma.

Um funcionário municipal da equipe do SAMU, Édson Campos, também em greve, disse que o salário base de um socorrista do SAMU de Teixeira não passa de R$ 622 e que com os descontos, alguns funcionários recebem menos que um salário mínimo porque ficam impedidos de receber adicional de insalubridade pelo fato de acumularem dois empregos.

De acordo com ele, a greve atingiu a unidade de suporte básico do SAMU, permanecendo em operação apenas a unidade avançada, mas que em caso de necessidade, o suporte básico suspende temporariamente a greve para que as extremas necessidades não deixem de ser atendidas.

Édson disse ainda que o secretário da Saúde não havia se pronunciado sobre o assunto até aquele momento e que os grevistas esperavam uma posição principalmente por parte do secretário Municipal de Administração, que nada havia decidido apesar de a greve já durar uma semana completa.

A reportagem do jornal O Sollo conseguiu contato pessoalmente com o secretário Municipal, padre Joel, tentando marcar uma entrevista, mas o secretário se recusou, apesar da insistência do jornal.

Por Jadilson Moraes

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