Todos os casos estão associados ao consumo de pescado
No começo deste mês de dezembro, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou a situação epidemiológica dos casos compatíveis com a doença de Haff em todo o estado, no ano de 2020.
A síndrome tem chamado a atenção da população por suas características mais peculiares: a urina cor de café e associação ao consumo de pescados e crustáceos.
O boletim epidemiológico da Sesab informa que, em agosto de 2020, foi quando houve a comunicação de 03 casos com sintomas clínicos compatíveis. Até o dia 27 de novembro, foram notificados 36, sendo que:
- 30 com sintomas característicos (20 com resultados de CPK elevado e 10 com sintomas, porém sem o exame de CPK realizado),
- 05 permanecem
em investigação, e - 01 foi descartado.
De agosto para cá, novembro foi o mês com maior número de registros, chegando a 73,33%. Do total de 30 casos observados, 53% ocorreu em pessoas do sexo masculino e 47%, do sexo feminino.
A faixa etária que apresentou o maior percentual de casos foi de 20 a 59 anos (83,34%).
Quais cidades têm registrado casos?
Os municípios de Salvador e Camaçari foram que apresentaram os maiores números de registro, com 12 e 11 casos respectivamente.
Além destes, Entre Rios teve três casos até então. Dias D’ávila registrou dois; Candiba e Feira de Santana, um em cada.
IMPORTANTE: Nenhum caso havia sido notificado nas regiões Sul e Extremo Sul do estado até o fechamento do boletim, negando boatos de ocorrências em Teixeira de Freitas, Alcobaça e Prado.
Sintomas e a ingestão de pescado
Ainda conforme o boletim da Sesab, a mialgia (dor muscular) foi o principal sintoma apresentado, em 66,67% dos casos.
Em seguida, aparecem: urina escura/cor de café (46,67%), dor em
membros superiores/inferiores (43,33%) e outros sintomas (46,67%).
Embora, em outras épocas e locais, a ingestão de peixe chegou a ser desassociada à doença por alguns pesquisadores, em todos os 30 casos registrados neste ano, na Bahia, foi informado que o aparecimento dos sintomas ocorreu após a ingestão de peixe.
Mais de 80% relataram ter consumido o peixe tipo “olho de boi”.
Orientações
A Sesab menciona que a doença não possui tratamento específico.
No caso de aparecimento dos sintomas, recomenda-se que o indivíduo busque uma unidade de saúde.
Outros que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo precisam ser identificados para captação de possíveis novos casos da doença.
Confira a íntegra do documento: Boletim Epidemiológico da Doença de Haff Nº 1 (2020)
Sobre a doença
O Centro Informação Estratégica em Vigilância em Saúde da Bahia (CIEVS) alerta que a doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e se caracteriza por
- ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular,
- dor torácica,
- falta de ar,
- dormência e perda de força em todo o corpo,
- além da urina cor de café, associada a elevação sérica de da enzima CPK, associada a ingestão de pescados.
A doença pode evoluir rapidamente com insuficiência renal e, se não adequadamente tratada, levar ao óbito.