Dados da Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes (Coset), da Secretaria de Saúde da Bahia, indicam que o número de pessoas que resistem a autorizar o transplante de órgãos do parente na Bahia ainda é muito alto. De cada 10 famílias baianas, apenas três autorizam o procedimento após o falecimento do parente ou ente querido, enquanto que a fila de quem depende de deste ato solidariedade só tem crescido nos últimos anos.
Para alterar essa realidade, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO/SUL) e Coset, mantém ações permanentes de sensibilização e orientação da população do sul da Bahia. Um desses eventos é o curso de multiplicadores em doação de órgãos, que está programado para esta terça-feira, 31, na Faculdade Madre Thaís, em Ilhéus, das 18 às 20 horas, com a realização de duas palestras para estudantes universitários e convidados.
Um das palestrantes será a enfermeira do OPO/SUL, Anna Aragão, que há anos trabalha com a sensibilização de pessoas para a doação de órgãos e tecidos. Ela destaca que, mesmo com todo o esforço e campanhas de divulgação, as pessoas ainda têm muito receio em autorizar a doação dos órgãos dos parentes. “Esse é um dos desafios que precisamos vencer, porque podemos aumentar o número de pessoas que podem ganhar uma vida com qualidade. Além disso, a doação ajuda a salvar centenas de vidas”, diz.
Além das palestras sobre a importância deste ato de amor, haverá depoimentos de pessoas beneficiadas com transplantes de órgãos nos últimos anos e mesmo daquelas que ainda estão em lista de espera. “São depoimentos que ajudam as pessoas a entender o processo de transplante de órgãos e tecidos que é feito com segurança nos hospitais e sobre todo o procedimento desde a captação. A chance de erro é zero. Mas as famílias precisam entender isso e abraçar mais esta causa”, diz Anna Aragão.
NÚMEROS
De janeiro a abril foram feitos 201 transplantes de órgãos na Bahia, sendo que 157 de córneas. Foram registrados ainda 27 transplantes de rim, sete de fígado e 10 procedimentos de medula óssea. Atualmente a lista de espera é extensa, com 2.306 pessoas dependendo da doação de um órgão ou mais órgãos para tentar uma vida saudável. Desse total, são 1.248 pessoas estão à espera de uma córnea para voltar a enxergar.
A lista de espera de doares inclui ainda 965 pessoas dependo de um rim e 93 esperando transplante de fígado. O trabalho de conscientização desenvolvido pela OPO que, em Itabuna é centralizado no Hospital de Base, é coordenado pela
enfermeira Silvana Batista Santos, da OPO-Sul. As doações podem ser feitas nos hospitais de Base Luís Eduardo Magalhães e Calixto Midlej Filho. Mais informações sobre o curso de multiplicadores de órgãos pela Central de Transplantes podem ser obtidas pelos números 0800-284-0444 (chamada gratuita) ou (73) 3214-1650.
Prefeitura de Itabuna
Secretaria Municipal de Comunicação