Se falta fé, sobra presunção

“E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. E ficou admirado com a incredulidade deles.” (Marcos 6.5-6a)

Jesus havia retornado à região onde cresceu. As pessoas lá o conheciam e à sua família. No sábado Ele foi à sinagoga local e começou a ensinar e o fez, como sempre, de forma singular, falando com a autoridade e sabedoria divina, que lhe eram peculiares. Mas seus conterrâneos ficaram chocados. Como alguém que viram crescer, alguém da vizinhança, de quem conheciam a família, poderia ser e saber tudo aquilo! Jesus então não realiza muitos milagres e fica impressionado com a incredulidade deles. Sempre penso em como eu teria reagido se fosse um vizinho de Jesus. Se o tivesse visto crescer. Como reagiria a suas afirmações.

Deus escolheu tornar-se um de nós e, no caso daquelas pessoas, tornar-se um dos moradores da vizinhança. O verbo se fez carne e habitou entre nós, e nos caso dos conterrâneos de Jesus, habitou logo ali, na rua de baixo. Nessas condições seria razoável não crer? Jesus não vê justificativa para a incredulidade deles. Em se tratando de Deus, a fé é uma resposta humana fundamental. Sem fé é impossível tornar-se simpático a Deus (Hb 11.6). A fé necessária e possível a toda pessoa. Seja ha dois mil anos, seja agora, ela desafia nossa autossuficiência e orgulho. Sem ela vemos somente absurdos nas manifestações de Deus. E continuaremos vendo, até que creiamos. Devemos lembrar que o pecado entrou na história porque o ser humano abriu mão da confiança em Deus para confiar em si mesmo. Crer é voltar a este campo de luta e deixar Deus vencer.

Os conterrâneos de Jesus ficaram chocados e não creram, porque lhes pareciam impróprio ou sem sentido um dos vizinhos ser o cumprimento das profecias dadas aos antigos. Eles tinham a própria opinião sobre como as coisas deveriam ser. Não somos diferentes e temos nossa própria ideia de como Deus deveria ser e agir. Paulo diz que Deus decidiu “salvar os que creem pela loucura da pregação” (1 Co 1.21) e a pregação cristã é um escândalo para a mente oriental e uma loucura para a mentalidade ocidental (1 Co 1.23). Jesus, revelação de Deus e o único caminho para Deus? Não, não deve ser exatamente assim! E na falta de fé, prolifera abundantemente a presunção. Que vença a humildade. Que experimentemos a fé. Que a “insensatez” divina faça sentido pela ousadia da fé.

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