Muita gente ainda não entendeu a tragédia que caiu sobre o Brasil, no caso do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. A morte de 231 pessoas de forma tão trágica é uma tragédia da nação e do mundo. Foram 231 jovens que perderam a vida, eles, o verdadeiro patrimônio da nação. Os parentes e os amigos sofrerão a dor maior, mas o mundo inteiro está sofrendo.
Afinal, homem algum é uma ilha.
Tomada de posição
A maioria dos prefeitos do Brasil, depois da tragédia, recomendou às suas secretarias da área o maior rigor na concessão de alvarás às casas noturnas. Deverão olhar as saídas de emergência, vetar o uso de sinalizadores em shows, observar regularmente a eficiência dos extintores e como são os revestimentos acústicos dessas casas, já que há alguns que não têm a toxicidade dos chamados “cascas de ovo”. Em Teixeira de Freitas, em uma reunião de secretários, o prefeito João Bosco mandou um recado (ele estava em Brasília) reiterando as recomendações.
Que elas sejam seguidas.
Faustão ataca outra vez
Além do irritante vício de não deixar o entrevistado falar, no programa em que se meteu a cobrir a tragédia de Santa Maria,o apresentador mostrou um mau gosto e uma insensibilidade sem nomes. Falando com um dos sobreviventes, uma moça que perdeu uma irmã no incêndio, Faustão caprichou em saber como a moça estava se sentindo, se ainda estava abalada com a tragédia. Fez isso até a moça chorar. Om outros sobreviventes entrevistados foi a mesma coisa: não sossegou com o assunto macabro enquanto todos não choravam.
Saudades do Perdidos na Noite.
Susto
Por mais que algumas aves de mau agouro digam que sim, João Bosco não estava no avião que deu pane e que carregava alguns prefeitos baianos para Brasília. O avião saiu de Salvador para Brasília com escala em Ilhéus, mas teve problemas e retornou à capital baiana.
Na aeronave estavam os prefeitos de Camaçari, Ademar Delgado, de Ipiaú, Deraldino Araújo, de Camacan, Ângela Castro, de Barro Preto, Jaqueline Motta, e de Itabuna, Vane da Renascer. Eles seguiam para o Encontro de Prefeitos com a presidente Dilma Rousseff.
Ainda bem que nada demais aconteceu.
Troca de comando
Assumiu, nessa terça-feira, 29, o comando do 13º. Batalhão de Polícia Militar, o Tenente Coronel Paulo César Alves da Siulveira, em substituição ao Tenente Coronel Ozires Moreira, que retorna ao comando da unidade Prisional. Ozires sai em um momento em que a violência recrudesce em Teixeira, principalmente pela questão da droga, com relevância para o crack.
Boas vindas e bom trabalho ao novo comandante.
Teixeira precisa.
E la pregunta?
Recebo, em correspondência pessoal, uma irada mensagem perguntando quem inventou esse negócio de 100 dias de crédito ao governo municipal. Afirma o missivista que a questão tem sido pessimamente colocada, pois os tais 100 dias seriam apenas para evitar críticas negativas. Elogios podem? Diz ele que podem. Respondo como colunista: essa questão dos 100 dias é convenção, colocação de alguns. Acham essas pessoas que qualquer governo tem 100 dias para acertar ou errar e para ser criticado. Seria umperíodo probatório. Só que isso é convenção. Quem quiser criticar antes dos 100 dias, faça isso, é direito seu. Quem não quiser, idem. Quem achar que precisa de 100 dias, que espere esse tempo correr.
Não há regra, não há nada: existe a vontade de cada um.
Do fim com Carpinejar
Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.
Fabrício Carpinejar