Jovem, cristão, casado, pai do Baruk e a espera de seu segundo filho com a esposa Luana. Ruahn Costa é uma dessas pessoas raras, que falam mais com os olhos do que com a boca. Mas, quando se coloca a exercer a oratória, hipnotiza pela clareza e carisma. Ele é fruto de Teixeira de Freitas. Morou na cidade na primeira infância, depois seguiu com mãe Douglesia e o padrasto para outros lugares. A maior parte da vida morou na grande Vitória (ES) e agora, está de volta à terra de seus familiares, elegendo Teixeira de Freitas como a sua casa.
Recentemente, Ru, como os amigos o chamam, lançou sua música Flecha, presente em diversas plataformas digitais e com clipe no Youtube. Uma letra envolvente, melodia leve. Flecha é ao mesmo tempo uma homenagem de Ruahn a seu filho Baruk e a seu pai Amarildo. (Aliás, essa história entre Ruahn e o seu pai, sozinha, renderia um livro).
Como diz o próprio Ruahn, o desenvolvimento da vida dele se deu depois que ele encontrou o pai, em 2009. Tornaram-se amigos, unidos apesar da distância geográfica. Amarildo vivia nos Estados Unidos. Mas as ligações em vídeo, o amor pela música e as inúmeras mensagens diárias mantinham os laços estreitos entre eles. E, foi enquanto Ruahn gravava o clipe de Flecha, no final de 2021, que ele recebeu a notícia da morte do pai. Um baque. Mas o clipe era um sonho dos dois e o projeto deveria continuar.
Ruahn é artista na essência. Gosta de literatura, se arrisca na poesia, admira plantas, paisagens, ama música. Junte a isso um homem com visão de negócios, planejador financeiro, estudante de Direito. Tem um canal no Youtube onde dá dicas de finanças. São muitas facetas e, todas elas, ficam ainda melhores quando estão na presença da música.
Esse jovem pai de família teve seu primeiro contato com a música aos 7 anos, em uma escola infantil na grande vitória onde estudava como bolsista. Aos 11 anos, ele participou do 1º Festival de Música da Igreja Metodista (FEMUS) e apresentou uma música autoral. Ele e o amigo Tiago Padim formavam uma dupla e eram as únicas presenças infantis na competição. Ao fim, foram congratulados pela apresentação com uma medalha honrosa pela composição.
Nesta época, Ruahn já tinha cerca de 40 composições que ele armazenava em um pequeno gravador. Só que o equipamento sumiu. Como consolo, o padrasto Magno o colocou em uma escola de música. Foi quando ele passou a ter conhecimento teórico e a compreender melhor sobre métodos de composição e outros elementos musicais.
Mas, apesar de todo o interesse, nosso personagem ficou mais de dez anos afastado da música. Havia nele um certo conflito. Ainda criava, mas esporadicamente. Sem compromisso. A música virou um hobby, sem pretensão. (Até que…)
Já na Faculdade, quando fez as primeiras disciplinas de Direito, o Doutor Nelson Camata, que era dos professores comentou: “Como seria bom se tivéssemos alguém para tocar violão”. A fagulha acendeu e Ruahn se disponibilizou: “eu toco!”, respondeu. Bastou isso para a paixão adormecida reavivar. Ru passou a musicar os conteúdos dos livros de direito. A cada música pronta, uma nova apresentação para os colegas. Assim, toda semana ele “estava no palco”. Envolvido e entregue, voltaram as composições.
Quando o filho Baruk estava com 1 ano de nascido ele criou Flecha. Em 2021, com o incentivo do pai e uma rede de apoio criada pelos amigos músicos Felipe Moreira, Igor Coutinho e Fabíola Moreira, a composição ganhou produção, gravação, clipe…
Flecha foi lançada oficialmente em 9 de fevereiro de 2022. O cenário do clipe é o shopping Mont Serrat do Grupo Sá Cavalcanti. E, ele garante que, ainda para 2022, lançará mais doze músicas. A próxima é Salvo, uma composição puramente cristã. “Salvo é a manifestação da minha fé”, descreve o compositor e cantor. Enquanto isso, resta curtir Flecha e esperar por Salvo e as demais.
Por Michele Ribeiro