A mania de tirar selfies, de usar aplicativos e postar conteúdo nas redes sociais custou caro para alguns foliões que curtiram o Carnaval 2017 em Salvador. Apesar das recomendações das autoridades policiais, muita gente levou os telefones para os circuitos e acabou se dando mal. Os crimes contra o patrimônio (roubo e furtos) aumentaram em 6,4% durante o Carnaval e o alvo dos ladrões eram os smartphones. Em 2017, foram registradas 918 crimes deste tipo, contra 863 no ano passado.
“O que contribuiu para esse aumento foi o roubo, principalmente de celular. A cada ano que passa os aparelhos tem mais tecnologia, tem mais valor e entram mais para a cobiça dos assaltantes”, disse o secretário de segurança pública da Bahia, Maurício Barbosa. Os dados foram divulgados durante a apresentação do Balanço do Carnaval da Secretária de Segurança Pública, na manhã desta quarta-feira de cinzas (1).
Menos crimes
Porém, por outro lado, todos os outros indicadores de violência do Carnaval reduziram ou ficaram estáveis em relação ao ano passado. O número de tentativas de homicídios caiu de 5 para 3, o que significa 60% a menos de ocorrência deste tipo. Já as lesões corporais, decorrentes de brigas ou ataques com armas brancas, caíram em 43,8%, de 176 em 2016 para 99 em 2017. Também caíram o número de assaltos a ônibus, que foram 56% menores este ano.
Ficaram estáveis o número de homicídios (2), sendo que um deles foi cometido por um policial militar, e mais uma vez não foram registradas lesões corporais seguidas de morte. Para o secretário não há como prever assassinatos como os que ocorreram este anos, apenas reduzir as chances deles aconteceram.
“Fazer com que as pessoas não briguem é um sonho para a gente. É um problema que perpassa a questão da segurança, mas também é um problema de conscientização de pessoas. Você pode colocar dois milhões de policiais e ter briga, ter morte. Infelizmente, ninguém tem esse controle”.
A Secretaria de Segurança Pública revelou que após a crise no Carnaval de 2015, em que 20 pessoas foram baleadas, foi refeito o planejamento do Carnaval e ano a ano os números de crimes violentos foram reduzindo. “Nossos números demonstram que este Carnaval foi o mais pacífico dos últimos anos. Nosso clima é de comemoração”, destacou o secretário de segurança pública, Maurício Barbosa”.
Ele ainda enalteceu a contribuição do aumento de atrações sem cordas para a redução da violência. “A gente viu as pessoas brincando, isso deu mais fluidez aos circuitos. De fato, para o ano que vem tem que ser planejadas mais atrações sem cordas, que isso contribui para a diminuição da violência”, disse.
O planejamento para os festejos de 2018 começam já nesta quinta-feira (2). Porém, algumas coisas serão revistas pela Secretaria de Segurança Pública. Serão mantidos os investimentos em tecnologia, porém haverá um maior número de policiais nos portais, facilitando a troca de turno e evitando a estafa dos profissionais de segurança.
Prisões
A polícia prendeu 69 pessoas em flagrante e apreendeu 12 adolescentes. Foram conduzidas até as unidades policiais 2.943 pessoas, e 1.689 termos de ocorrências foram lavrados. Durante a folia, os policias apreenderam 23 armas de fogo e armas brancas. Já 1.569 pessoas foram conduzidas e presas por uso e tráfico de drogas.
Nos 46 portais de seguranças, 1.053 objetos que poderiam ser usados para causar ferimentos foram apreendidos, como garfos, facas, facões, garrafas e cacos de vidro. Hastes de propaganda de ferro também foram apreendidos, além de uma arma e uma algema de brinquedo. No total, mais de 1 milhão de pessoas foram revistadas.
Violência contra a mulher
Neste ano, o número de notificações de violência contra a mulher cresceu. Foram registradas 13 ocorrências em 2017 contra 10 em 2016 a partir da ação da Ronda Maria da Penha. Contando com uma atuação reforçada da guarnição, sete viaturas estavam em ação, e o efetivo policial foi dobrado. Foram conduzidas para unidades policiais 1.753 pessoas, das quais 3 ficaram presas.
A secretária estadual de políticas para as mulheres, Julieta Palmeira, explica que este ano foi feito um trabalho de sensibilização policial para que estes sejam capazes de identificar casos de assédio. “Existe uma linha muito fina entre a paquera saudável e o que é crime”, explicou. Ela lembra que quem for pego cometendo este tipo de delito pode ser preso em flagrante.
De todas as ocorrências registradas no Carnaval, 30,5% ou 293 casos foram com mulheres; 24,9% eram casos de a violência, como lesão corporal (39), ameaças (17) e vias de fato (17).
Perdas e roubos
Quem perdeu documentos durante a folia pode resgatá-los a partir da próxima segunda-feira (6) no posto da Ouvidoria Militar que fica no SAC do Shopping Barra. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, e sábado das 9h às 13h.
Para checar se o seu documento foi encontrado, o cidadão deve acessar o site da Polícia Militar www.pm.ba.gov.br e clicar no link “Documentos perdidos”. Em caso afirmativo, é necessário anotar o código informado pelo sistema e apresentar no posto do SAC.