ROMANOS – SÍNTESE

ROMANOS – SÍNTESE

Depois da saudação e da ação de graças, o apóstolo Paulo, referindo-se a um texto do Antigo Testamento (Habacuque 2:4), apresenta o tema da epístola que é a justificação pela fé.

Os três capítulos iniciais estabelecem o primeiro ponto principal: que todos os homens são pecadores. Paulo começa por uma descrição da crassa idolatria e imoralidade dos gentios; contudo, em virtude da revelação do poder de Deus na natureza, e pelo testemunho de suas próprias consciências de que “são dignos de morte os que tais coisas praticam”, os gentios são considerados responsáveis.

Ao mesmo tempo, os judeus são igualmente pecadores, muito embora sejam eles objeto dos oráculos divinos. Os gentios pecaram sem lei – perecerão sem lei, os judeus pecaram sob a lei – serão julgados pela lei. “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus: mas os que praticam a lei hão de ser justificados” 2:13.

Contudo, não há praticantes da lei, quer judeus quer gentios; porque “Não há um justo, nem um sequer”(3:10). “Por isso nennhuma carne será justificada diante dele”(3:20).

Portanto, se alguém vier a ser justificado, Deus mesmo terá de proporcionar misericordiosamente a justiça necessária para a absolvição. Isto se efetua em virtude de sacrifício propiciatório de Cristo. Seu sangue derramado satisfaz a justiça do Pai, de maneira que Deus pode ser justo e ao mesmo tempo justificador daquele que tem fé em Jesus.

O capítulo 4, citando a Abraão como principal exemplo, explica mais extensamente de que forma Deus atribui a justiça sem as obras. A seguir, o capítulo 5 estabelece um paralelo entre Adão e Cristo. Todos aqueles a quem Adão representava foram feitos pecadores por sua ofensa; todos quantos estão em Cristo são feitos justos por sua obediência.

Em resposta à acusação de que a justificação pela fé estimula o pecado, “Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” (6:1), o apóstolo Paulo explica que o crente sincero recorreu a Cristo a fim de escapar do pecado. A justificação produz santificação, e essa luta pela santificação pessoal (7:14-25) é prova de que escapamos à condenação. Portanto, em virtude do amor imutável de Deus (8:39), podemos ter a segurança da salvação.

A justificação pela fé, a rejeição dos judeus e a inclusão dos gentios são conseqüentes com as promessas de Deus a Israel. Tais promessas foram feitas aos descendentes espirituais de Abrão. Deus escolheu a Isaque e rejeitou a Ismael. Deus escolheu a Jacó e rejeitou a Esaú. Estas escolhas e exclusões são inerentes às próprias promessas. A eleição de Deus é soberana. É como o oleiro que fabrica vasos para determinados fins.

Fonte: Gordon H. Clark – Doutor em Filosofia e Letras

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