Recuperação da Emasa passa pelo saneamento financeiro da empresa e eficientização dos serviços

Estação de tratamento da Emasa- Foto: Waldir Gomes

Uma auditoria na Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), que teve as contas do ano passado rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios, foi anunciada pelo presidente da empresa, Jader Guedes, que definiu como prioridade o saneamento financeiro da Emasa e a eficientização dos serviços. Ele explica que na atual gestão as atenções estão voltadas para a redução de perdas na distribuição, estimadas em 35%, um prejuízo  equivalente a R$ 15 milhões por ano, em função das ligações clandestinas e a eliminação das dívidas para que a empresa possa voltar a ter lucro reinvestindo na melhoria dos serviços.

A preocupação, segundo ele, é também com o pesado endividamento da empresa, que está estimado em R$ 75 milhões e pode chegar a mais de R$ 100 milhões com a auditagem efetiva das contas que pretende realizar. A empresa também tem débitos a receber junto ao governo e a usuários dos serviços. “A ideia é lançar um programa de refinanciamento de dívidas – Refis-, que permite a pessoas físicas e jurídicas parcelar seus débitos com a Emasa, na tentativa de recuperar ativos de cerca de R$ 21 milhões”, complementou.

O presidente da Emasa salienta ainda, que historicamente, ao longo dos últimos anos, a empresa nunca recolheu corretamente as dívidas com o PIS e Cofins. Ele anuncia que nesta gestão os pagamentos estão sendo retomados e normalizados pela empresa, que também investe na proposta de zerar todas as dividas, inclusive encaminhando uma proposta de parcelamento em 300 meses para a Coelba renegociando o fornecimento de energia nos horários de maior demanda de consumo.

Notificações

Jader Guedes também tem preocupação com 182 notificações de irregularidades encaminhadas através do Ministério Público do Trabalho, referentes à gestão passada.  A empresa também tem um passivo herdado de 70 ações trabalhistas,  e na atual gestão,  indenizou  dezenas de ex-diretores e comissionados admitidos no governo passado.

Além do foco no corte de custos e na retomada dos investimentos, ele destaca que “a empresa é viável, e vai ser recuperada com os programas em andamento, porque o seu futuro é promissor.”  Destaca ainda as propostas para a implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico e de tratamento dos esgotos drenados   para o rio, o que vai possibilitar no futuro o processo de despoluição do Cachoeira.

Parcerias

Outra estratégia para a recuperação da Emasa têm sido a realização de parcerias. Em Ferradas, a estação de tratamento e a rede de adutoras está sendo ampliada com um investimento de R$ 2 milhões através de  uma parceria com duas empresas privadas, que vão utilizar os serviços da Emasa. Outras parcerias estão em estudo pela empresa inclusive na solução de problemas em conjuntos habitacionais implantados nos últimos anos.

A empresa também investe na aquisição de equipamentos inclusive negociando a compra de dois transformadores  de grande porte, visando a melhoria das unidades de operação e tratamento de esgotos.

Ligações clandestinas geram uma perda de 35% no faturamento da Emasa

A Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa) implementou nos últimos 90 dias um novo modelo de gestão que tem impactado positivamente não somente na organização dos processos administrativos, como também na área técnica e operacional com foco na correção de falhas e melhoramento dos processos.

Como parte deste trabalho, um dado alarmante foi descoberto durante um levantamento minucioso da equipe do presidente Jader Guedes. Trata-se da perda de 35% no faturamento da empresa por conta das ligações clandestinas ou o popular “Gato”. “Isso é muito grave, mas já tomamos as providências necessárias para solucionar este problema”, informa o presidente Jader Guedes.

E completa ressaltando que já foram abertos 10 processos criminais junto à polícia, somente relacionados aos casos de ligações clandestinas. “Os responsáveis serão processados e chamados na Justiça para responder pelos seus atos. São inúmeros casos, mas estamos fazendo o que é possível”.

Para piorar a situação, completa o presidente, “foi detectada uma falha alarmante com cadastros irregulares de imóveis que não estavam sendo faturados por negligência, má fé ou mesmo por fraude”.

Ele explica que os cadastros irregulares referem-se principalmente aos imóveis novos, cujas construtoras responsáveis pela obra deram entrada na documentação para emissão das contas, mas que infelizmente os processos não foram concluídos e tem gerado perdas para a empresa.

 

 

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