A Receita Federal anunciou uma nova medida para intensificar a fiscalização de transações financeiras no país: operadoras de cartões e instituições de pagamento terão que enviar dados de movimentações financeiras semestralmente. Com isso, transações via Pix e cartões de crédito também entram no radar do governo.
Por que o Pix está no radar da Receita Federal?
O Pix, lançado em 2020, mudou a forma como os brasileiros realizam transações financeiras. Ele oferece agilidade e praticidade, substituindo métodos tradicionais como TED e DOC. Com mais de 147 milhões de usuários cadastrados até 2023, o sistema movimentou bilhões de reais mensalmente. Contudo, a facilidade e a velocidade das operações também atraíram preocupações sobre seu uso em atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro e fraudes fiscais.
A Receita Federal passará a receber informações detalhadas sobre transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. Esses dados serão cruzados com outras informações fiscais para identificar irregularidades e garantir o cumprimento das obrigações tributárias.
Impacto para empresas e indivíduos
A medida pode representar um desafio adicional para empresas, especialmente pequenos negócios, que precisam garantir que suas transações estejam em conformidade com a legislação fiscal. Para indivíduos, a Receita Federal enfatiza que a fiscalização será voltada principalmente para transações incompatíveis com a renda declarada.
Embora a iniciativa tenha sido bem recebida por alguns setores, outros manifestaram preocupações. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a fiscalização precisa ser implementada com transparência para evitar onerar empresas que já enfrentam dificuldades econômicas.
O Banco Central, em parceria com a Receita Federal, já trabalha em soluções para otimizar o fluxo de informações. Espera-se que as instituições financeiras desempenhem um papel ativo no fornecimento de dados, garantindo a segurança e a confidencialidade das informações dos usuários. Com a ampliação da fiscalização, o governo espera reduzir a evasão fiscal e fortalecer o combate a crimes financeiros no país.
Fonte: Epocanegócios