Razões para não julgar (IV)

“Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” (Mateus 7.5)

Quando pensamos sobre o pecado do nosso irmão, o texto que normalmente lembramos não é este. É o de Mateus 18.15-17 em que Jesus orienta sobre como confrontar o irmão que pecou contra nós. “Se seu irmão pecar contra você…” assim começa o texto. O assunto daquele capítulo é o perdão e a ordem é perdoar. Mas se não é possível e você quer que o irmão responda pelo pecado “contra você”, então siga aquela orientação. Na sociedade do primeiro século isso era uma forma magnífica de solução de conflitos e ainda é. Mas Jesus não está nos dando uma regra para realizarmos julgamentos na igreja, como muitos, mais movidos pela ideia de punir que de restaurar, gostariam que fosse.

Se é para lembrar, lembremos que, “da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” (Mt 7.2) Lembremos também que é claro e direto o ensino de Jesus para não julgamos uns aos outros! Sede de julgamento é um indício de que não estamos bem espiritualmente. Quando reagimos ao cisco no olho do nosso irmão com uma atitude julgadora é porque temos uma viga diante do nosso. Devemos sair de trás da viga para vermos claramente. E então estaremos desejaremos servir, em lugar de julgar o nosso irmão. A viga nos cega e nos faz hipócritas pois, a menos que não tenhamos nenhum pecado pelo qual possamos ser julgados, estaremos sendo hipócritas. É a história do sujo falando do mal lavado!

Precisamos nos desviar das vigas que nos impedem de olhar e ver claramente. E se o fizermos, veremos melhor os nossos pecados e não os pecados do irmão. Quem mais se escandaliza com os outros muitas vezes é quem menos conhece a si mesmo. A “firmeza” de quem que se coloca como uma “reserva moral” e julga, pode parecer bonita para alguns, mas é, segundo Jesus, a pura manifestação da hipocrisia de um ego iludido, cego para as próprias misérias e pecados. Não julgar é um dever cristão, é uma atitude que somos chamados a imitar em Jesus. Devemos amadurecer ao ponto de jamais julgar. Uma igreja que não julga é uma igreja que pode restaurar. Mas, se escolhermos o caminho da dureza e da punição, seremos uma escola de hipócritas.

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