Além de toda polêmica gerada com a divisão de opiniões sobre a possível vindo de 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Itamaraju, a fim de transformar o hospital municipal em uma unidade exclusiva de atendimento à covid-19, recebendo pacientes locais e de Teixeira, o assunto trouxe um desdobramento lamentável, com um episódio grave de racismo contra o deputado federal Valmir Assunção.
Valmir, que é de Itamaraju, fez um vídeo expondo seu posicionamento a favor da instalação das UTIs, justificando seu pensamento com o fato de ser natural da cidade e ainda ter familiares residindo no lugar.
O deputado prestou queixas na delegacia de Brotas, em Salvador, no sábado, 11 de abril. Conforme o boletim de ocorrências, uma comerciante da cidade teria gravado uma resposta ao seu vídeo, na qual o chama de “macaco”, “nariz de chapoca”, e questiona quais benefícios o deputado federal Valmir Assunção levou para cidade e para o estado, além de muitos palavrões, acusações e outras expressões ofensivas.
Segundo a Polícia Civil, apesar do registro ter sido feito em Brotas, o caso será investigado pela Delegacia de Itamaraju assim que o deputado for ouvido naquela comarca.
Por meio das redes sociais, o governado da Bahia Rui Costa lamentou o ocorrido e disse que o caso já está na Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).
O caso está sendo monitorado pelo Centro de Referência Nelson Mandela, órgão vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), onde foi formalizada a denúncia.
Em nota, a Sepromi prestou solidariedade ao parlamentar, que é autor da lei que criou na Bahia o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa. “A secretaria reafirma seu apoio e compromisso em atuar no combate a todas as formas de racismo, compreendendo o papel educativo, a importância da apuração e responsabilização por tais práticas”, declarou a pasta.
O governador da Bahia, Rui Costa, em rede social, repudiou o ato contra o deputado federal.
O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Teixeira de Freitas se manifestou sobre o episódio com o deputado, que pertence à sigla. Por meio de nota, afirma que “a gravação que circula em grupos de WhatsApp, trata-se de difamação, ofensa e crime de racismo direcionado ao parlamentar baiano”.
A nota diz ainda: “O Partido dos Trabalhadores de Teixeira de Freitas se solidariza ao Deputado Federal Valmir Assunção, que sempre esteve em defesa das classes mais pobres, da reforma agrária e pelos direitos iguais a todos. Neste sentido, por meio desta nota, o PT repudia veementemente a agressão racista. Com base na lei 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor; que prevê pena de até cinco anos de reclusão, assim, exigimos imediatamente justiça”.
PT Bahia também se manifestou sobre o caso. Através de uma nota em seu site, disse que “o Partido dos Trabalhadores da Bahia vem por meio desta nota condenar veementemente a agressão racista sofrida pelo Deputado Federal Valmir Assunção (PT/BA), por parte da comerciante Jaqueline Oliveira, da cidade de Itamaraju. O deputado, que é um dos poucos parlamentares negros no Congresso Nacional, tem história na luta do combate ao racismo e foi o proponente do Estatuto de Igualdade Racial, foi chamado por ela de “macaco”, dentre outras ofensas de caráter racista”. Confira o resto da nota clincando aqui.
Entenda a polêmica dos leitos de UTI
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