Quantas Eduardas e Cassianes precisam morrer até que deixem em paz nossas crianças?

Quantas Eduardas e Cassianes precisam morrer até que deixem em paz nossas crianças?
Familiares reconheceram o corpo de Eduarda — Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV

“Cerca de 12 horas após o desaparecimento, o corpo de Eduarda Herrera de Mello, de 9 anos, foi encontrado às margens da ERS-118, em Alvorada, Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã de segunda-feira (22)”, assim começa mais uma triste matéria sobre sumiço e morte de crianças, pauta que vem sendo cada vez mais frequente de Norte a Sul do País.

Quantas Eduardas e Cassianes precisam morrer até que deixem em paz nossas crianças?
Cassiane Lima, estuprada e morta aos 15 anos de idade por Ismael, que está sendo julgado neste momento. Foto reprodução internet

Em Teixeira de Freitas, um dos casos que ficaram na memória foi o de Cassiane Lima, que em novembro completa 4 anos. No dia 27 de novembro de 2014 os projetos de vida de uma adolescente de 15 anos, serva de Deus, integrante assídua de grupos de oração e de coreografia, foram interrompidos de maneira violenta por Ismael de Jesus Morais, que, na época, tinha 27 anos.

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Maria Aparecida chora durante o julgamento de Ismael. Foto Wesley Morau/OSollo

A última vez que Maria Aparecida viu sua filha Cassiane Lima viva foi às 6h da manhã da quinta-feira, 27/11/14, quando a deixou em casa e foi trabalhar. Lá, o vizinho, Ismael, teria adentrado à residência, violentado, matado e, depois, enterrado o corpo numa cova rasa em meio a uma plantação de eucalipto em Alcobaça. Mas, somente no dia 2 de dezembro que Ismael foi descoberto, após um fio de cabelo da menor ter sido encontrado no porta-malas de seu carro por um mecânico.

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O assassino Ismael permaneceu de cabeça baixa em seu julgamento. Foto Wesley Morau/OSollo

Três anos depois, em dezembro de 2017, Ismael esteve no banco dos réus, sendo julgado por essa barbárie, e após mais de 12 horas de julgamento, o juiz Argenildo proferiu a sentença de 22 anos e meio de reclusão em regime fechado.

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Leitura da sentença. Foto Wesley Morau/OSollo

Para a defesa, à época, que arguiu sobre “homicídio privilegiado e lesões corporais sem grande mote”, a sentença foi injusta, por isso, recorreu e espera que haja redução. “Era uma morte, mas, não uma morte decorrente de homicídio. Mas, lesão corporal seguida de morte, homicídio privilegiado”, disse o defensor Hamilton Souza, explicando que a defensoria pública somente assumiu o caso quando foi acionada pra fazer a defesa dele, posto que está na constituição tal direito.

Não conseguimos informação sobre o pedido de redução de pena feito pela Defensoria.

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Caso Cassiane Lima: Ismael é condenado a 22 anos e meio de prisão; defesa recorreu

Quando algo de ruim acontece com uma criança, mães choram, porque a dor é real, a empatia é inevitável. Mães oram por proteção aos pequenos de todo o mundo. Mães clamam por justiça em todo o mundo.

Que não seja preciso mais fins trágicos de Cassianes, Eduardas, Josés, para que deixem nossas crianças brincar em paz no parque, ir até o ponto de ônibus escolar sozinhas, dormirem tranquilamente em suas camas sem serem assombradas pelo mal real, seres (des)humanos cruéis que habitam a Terra e destroem sonhos de famílias inteiras.

 

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