“Senhor, por que estás tão longe? Por que te escondes em tempos de angústia?” (Salmos 10.1)
Quem de nós nunca teve este sentimento em relação a Deus? Quem nunca sentiu-se perdido, sem entender como lidar com a dor ou decepção e ao mesmo tempo manter a fé firme no Deus que é bom e que promete cuidar, guardar e guiar? Quando Deus e a vida não combinam, sentimos como se Ele estivesse distante, escondido. A realidade fica muito concreta e Deus passar a sofrer variação. Mas, quantos de nós falamos sobre isso com Ele? Frequentemente, se sentimos que Deus falhou, em lugar de orar, abandonamos a oração. O salmista orou.
Deus é bom, é refúgio, é consolo, é amoroso e jamais nos deixa sozinhos. Crer em Deus assim é crer no Deus das Escrituras. Jesus é a personificação desse Deus maravilhosamente bom e disposto a cuidar, guardar e guiar. Mas a vida não funciona como Deus é. A vida nos surpreende negativamente. A injustiça é que impera, o culpado fica livre, o inocente padece. Era assim no tempo do salmista e é assim hoje. O pecado destruiu completamente a possibilidade de uma vida plena e Jesus veio trazê-la para nós, mas advertiu: “no mundo vocês terão aflições” (Jo 16.33). Por isso é bem possível que, em algum momento a vida nos fará entender mal a Deus. E precisamos saber lidar com isso.
O que devemos fazer é ir a Deus e dizer como é que o estamos vendo. O salmista fez isso e no processo, caiu em si e entendeu que os desarranjos que o incomodavam não se deviam à distância ou desinteresse de Deus, mas à condição humana e ao poder destruidor do pecado que age em nós e contra nós. Diante disso, clamou mais pela interferência de Deus. Não somente isso, ele reafirmou sua confiança em Deus, apesar da vida! Precisamos exercitar nossa sinceridade com Deus para que encontremos na oração clareza sobre a vida e sobre Deus. Nem sempre Ele precisa falar. A resposta que buscamos pode estar no que falamos, se falamos com sinceridade, na presença de Deus.