Quando a vida diz “não”… E Deus também

“Então Davi levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Depois entrou no santuário do Senhor e adorou. E voltando ao palácio, pediu que lhe preparassem uma refeição e comeu.” (2 Samuel 12.20)

Esse texto fala de um momento de perda para o rei Davi. O primeiro filho dele com a viúva de Urias havia acabado de morrer, pouco tempo depois de nascer. Ele chorou diante de Deus e se arrependeu de seus pecados. Pediu insistentemente que Deus curasse a criança. Ficou sem comer e se isolou. Mas a criança morreu. Então Davi fez como está escrito no verso de hoje. Ainda que o contexto envolva os pecados de adultério e assassinato como razão para o “não” divino, o episódio ilustra um momento em que a vida vai numa direção que não queríamos, e Deus confirma essa direção e não atende nossa súplica por mudança. Há algo difícil para aprendermos aqui.

A vida pode nos levar – e eu diria que levará – a momentos em que vamos perder. E desejaremos reverter a situação. Vamos orar e pedir a outros que orem. Alguns poderão até nos dizer que Deus já ouviu. Dirão “tome posse da benção”. Citarão textos bíblicos confirmando o poder da oração do justo. Mas Deus não vai nos ouvir. Já vi acontecer. Já aconteceu comigo. E nas Escrituras também encontramos exemplos. O que fazer? Vale a pena crer, orar, lutar, suplicar? Sim. Sempre. Mas precisamos ser capazes de nos submeter à decisão de Deus se queremos ser felizes.

Foi o que Davi fez. Diante do “não” irremediável, ele aceitou a perda. Era hora de levantar-se e seguir em frente. Era hora de adorar a Deus, a exemplo do que fez Jó – “o Senhor deu, o Senhor levou. Louvado seja o nome do Senhor” (Jo 1.21). Era hora de comer alguma coisa – não adiantava jejuar. Ou aprendemos a nos curvar diante da inflexibilidade da vida, ou vamos nos quebrar. Perderemos a alegria e vacilaremos na fé. Ainda que preservemos Deus, duvidaremos de nossa relação com Ele. Não podemos alcançar as razões de Deus, mas podemos confiar nele, e nos submeter, ainda que nos diga “não”. Nenhuma perda é tão grande que a presença de Deus não remedie.

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