Companheiros da mídia local publicaram, com garbo e grandiloquência, a leitura que a Globo fez do relatório sobre a morte de jornalistas no ano de 2014, porque o nome de Gel Lopes foi citado. Provincianismo puro, de quem acha que o Jornal Nacional é o oráculo do Brasil. Citar o nome do jornalista assassinado um ano depois, sem ao menos tocar em qualquer providência que tenha sido tomada, é um verdadeiro acinte. A Globo tem menos culpa, pois apenas noticiou o boletim da Fenaj, mas essa, que no tempo do sequestro de Ivan Rocha, mandou para cá seu presidente, o Peninha, dessa vez se omitiu. Quanto a essa vibração com a notícia na Globo, ela pode ser definida como provincianismo puro.
É preciso que nos demos o respeito.
Gel Lopes
No dia 27 de janeiro, 11 meses se passaram do assassinato do jornalista Jeolino Lopes Xavier. Foram 11 meses de ruídos de comunicação e de total mutismo das autoridades, inclusive entidades de classe dos jornalistas. Gel Lopes era jornalista, um dos poucos formados em Faculdade, a FASB. Não se entende o motivo porque Sindicatos dos Jornalistas, FENAJ, Anistia Internacional e outros organismos não se manifestaram com mais acuidade no caso Gel Lopes.
O mistério fica.
Especulações
Tudo que se envolve em mistério dá motivos para especulações, mas algumas chegam à irracionalidade. Supor que há uma conjuração, motivada pela importância de pessoas envolvidas no crime de Gel Lopes para que nada se apure, é delírio. O que falta é competência e vontade política para que as apurações tenham mais sucesso. Se nesse país sobram hoje acusações (e até denuncismos inconsequentes) que atingem políticos famosos, até a presidente da república, como pensar ao menos que o caso Gel Lopes estaria sob uma camisa de força para proteger nomes? O pior são especulações, algumas até irresponsáveis, tentando atribuir a desafetos políticos suspeitas que beiram ao absurdo.
Gel Lopes continua a ser, simplesmente, um caso de impunidade, por mais terrível que isso possa aparecer.
Cássio Loyola
2015 começa nos levando Cássio Loyola. Figura simples, bom amigo, de uma educação singular, Cássio do PT, como era conhecido, deixa uma lacuna no coração dos que o conheceram e com ele privaram.
O ano começou bravo.
Maria Della Costa
A magra também nos levou Maria Della Costa, grande atriz brasileira, excelente caráter, querida por todos.
2015 começou mal.
A diferença
Esse escriba recebeu algumas notas de solidariedade (poucas, pois pouquíssimas pessoas leem tal peça) sobre um ataque que sofri em um jornal, desejando a minha morte e prometendo uma festa por ela. Não alterei, acrescentando uma mísera ruga, a minha cerviz, já por demais encanecida. Gostei mais do dito do amigo Érico Cavalcânti: “Faça uma farra de alegria. Esse tipo de escrito mostra que você é diferente de quem escreveu…”
Na mosca.
Do Túnel Drummondiano
“Eu tenho apenas duas mão e o sentimento do mundo…”
“Mundo, mundo, vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo, mundo, vasto mundo,
Mais vasto é o meu coração…”