Provedoria da Santa Casa pede mobilização social para evitar caos na saúde

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“Do jeito que estamos, com uma conta que aumenta o débito a cada mês em torno de R$2 milhões, não sabemos se estaremos abertos para comemorar o centenário da Santa Casa em Janeiro”. Com essas palavras, o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, Eric Ettinger Júnior, comunicou à imprensa, em uma coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (10.08), o agravamento da crise financeira vivida pela instituição a níveis sem precedentes. No mesmo momento, a provedoria apresentou as estratégias adotadas para tentar evitar o fechamento de serviços.

Sobre o ponto central que resultou no agravamento da crise interna, o provedor informou que a Santa Casa de Itabuna recebeu no início deste mês, da Receita Federal do Brasil, uma Carta-Cobrança Especial (CCEI), emitida em desfavor da instituição no valor aproximado de R$13 milhões. “Estamos neste momento com o setor jurídico atuando para buscar alternativas de pagamento e de composição com a Receita. No entanto, frisamos que esse débito só existe em função da necessidade premente de manter os Hospitais abertos e funcionando, pois acreditávamos que conseguiríamos regularizar o repasse dos impostos, o que acabou não acontecendo”, acrescentou.

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O provedor Eric ressaltou que este montante é parte dos R$110 milhões devidos hoje pela Santa Casa, que somente consegue manter seus serviços funcionando, pois tem conseguido preservar, mesmo com imposição de sacrifícios, a classe médica, de funcionários e os fornecedores. Ainda falando sobre a construção de alternativas à crise, a atual provedoria anunciou algumas medidas em curso: renegociação com as instituições bancárias, já tendo conseguindo uma repactuação da dívida com a UNICRED; negociação com o Sindicato dos Funcionários, que acabou de apresentar uma solicitação de reajuste de 15% na Campanha Salarial; conversação com as Operadoras de Saúde Suplementar, buscando o reajuste das tabelas de custeio dos serviços hospitalares; e por fim, a apreciação do relatório da consultoria independente, especializada em gestão de crise hospitalar, contratada para traçar um diagnóstico e plano de reestruturação financeira da instituição.

“Este último ponto é crucial já que adotaremos recomendações técnicas para reenquadrar a Santa Casa de Itabuna no mercado, pretendendo assim garantir, em primeiro lugar, o não fechamento da instituição, e em segundo lugar que a instituição seja sustentável”, finalizou. Ainda durante a coletiva, o provedor destacou que a diretriz que ordenará este novo cenário é a redução de custos. “Já que não temos expectativa de receitas novas em curto e médio prazo, precisamos reaprender a fazer o nosso serviço gastando menos e isso estará envolvendo diretamente os as parcerias, o nosso quadro de funcionários e os serviços mantidos”, registrou.

 

Importância estratégica

Ressaltando a importância da Santa Casa de Itabuna para o interior da Bahia, o provedor Eric Ettinger Júnior relatou que são atendidos mensalmente nos serviços de saúde da instituição aproximadamente 66 mil pessoas, com o total de 403 leitos ativos distribuídos entre os hospitais Calixto Midlej Filho, Manoel Novaes e Hospital São Lucas. “Destes serviços temos muitos que são exclusivos da instituição na região, como a Cardiologia, a Hemodiálise, as cirurgias Pediátricas, além de alguns que são exclusivos em todo interior do Estado, como a rede de tratamento contra o câncer para crianças. Precisamos que estes serviços continuem funcionando e estamos trabalhando para isso”, declarou Eric.

 

 

 

 

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