Segundo reportagem do Radar64, comerciantes e moradores que tiveram os imóveis danificados pela explosão que destruiu a sede regional da Prosegur, em Eunápolis, saíram decepcionados da reunião que tiveram no fim da manhã da última sexta-feira (16) com três representantes da empresa de transporte de dinheiro. Eles ainda tinham alguma esperança que a empresa, que foi alvo de um mega-assalto no último dia 6, fosse, de alguma forma, ressarcir os prejuízos.
No encontro realizado no gabinete da prefeitura e mediado por servidores municipais, o diretor jurídico da Prosegur, o advogado Alexandre Ribeiro Fuente Canal, afirmou que a empresa até possui seguro que cobre danos a terceiros, mas não em uma situação dessas, onde ela também foi vítima.
Sem fazer muito rodeio, o advogado declarou que quem se sentir prejudicado pode entrar com uma ação na Justiça. Segundo ele, a empresa só vai indenizar alguém caso haja uma decisão judicial.
Também presente à reunião, um grupo de moradores do condomínio ao lado do novo prédio da empresa, no final da avenida Demétrio Couto Guerrieri, questionou a possibilidade de, dentro de um prazo razoável, a operação ser transferida para uma área não residencial.
De acordo com o diretor jurídico, não existe essa possibilidade, uma vez que a localização do prédio segue um planejamento logístico e está de acordo com o que prevê o plano diretor urbano do município de Eunápolis.
Sobre o ataque, Alexandre afirmou que a empresa tem condições de proteger seu patrimônio com armamentos razoáveis, mas que não está preparada para enfrentar bandidos com explosivos e arsenal de guerra.
Nesse ponto, o advogado questionou a falta de ação da Polícia Militar e a ausência do Samu, o serviço de atendimento móvel de urgência, naquela madrugada fatídica.
Conforme ele, após o cessar-fogo, o Samu demorou quase uma hora para socorrer os feridos. Um vigilante da empresa morreu baleado e outros cinco funcionários foram atingidos pelos escombros, dois com gravidade.
O diretor jurídico da Prosegur voltou a criticar a polícia, que, segundo ele, não foi capaz de detectar o ataque, planejado com antecedência. Pouco tempo antes do assalto, os assaltantes chegaram a espalhar pregos entrelaçados pelas rodovias.