A procuradora de Justiça do estado do Espírito Santo, Catarina Gazele, procuradora Geral da CPI da Pedofilia, esteve em Teixeira de Freitas para uma reunião sobre os trabalhos da CPI no país, e discutir sobre os últimos fatos ocorridos no Extremo Sul.
Juntamente com a procuradora, o evento contou ainda com a participação de Karla Sandoval, promotora de Justiça do Espírito Santo, também engajada nas ações de combate á pedofilia. A palestra aconteceu na manhã desta sexta-feira, 28, no auditório da Câmara de Vereadores, com o plenário lotado, e a participação da sociedade. Segundo Catarina Gazele, o Brasil é o maior consumidor mundial de pornografia infantil, com a Índia vindo em segundo lugar.
A CPI foi criada em março de 2008 com o objetivo de apurar a utilização da internet na prática de crimes de pedofilia e a relação desses delitos com o crime organizado. A Comissão é presidida pelo senador Magno Malta (PR-ES), o vice-presidente é o senador Romeu Tuma (PTB-SP) e o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO).
Para a procuradora Catarina Gazele, o combate à violência e exploração infanto-juvenil precisa ser cada vez mais fortalecido e as campanhas dão visibilidade ao problema ao mesmo tempo em que esclarecem e orientam a população. “É preciso tornar o assunto público, discutir com a sociedade e reconhecer que o abuso, a exploração sexual e a violência contra crianças estão dentro dos lares, não importa a classe social. Temos que combater este tipo de crime com discussão, prevenção e enfrentamento e é isso o que estamos fazendo”, afirmou.
Uma das grandes preocupações dos nossos dias é a chamada pedofilia, uma palavra quase proibida, tal o terror que encerra. Uma realidade dolorosa que sempre existiu e que o surgimento da internet mostrou ser mais presente e perversa do que imaginávamos. Ainda mais chocante é saber que os molestadores sexuais, na maioria das vezes, pertencem à família das vítimas, ou são pessoas encarregadas de protegê-las.
“O trauma causado pelo molestamento sexual de uma criança é tão monstruoso que, não podendo ser absorvido pelo consciente da vítima, acaba migrando para o inconsciente e de lá destrói toda uma existência. O abuso sexual na infância é um assunto que precisa ser discutido com toda a sociedade”, declarou a procuradora.
Fonte: Mário Lúcio / Sulbahia News