O Programa Agrovida da Veracel, empresa de celulose do Sul da Bahia, entrou em uma nova fase. Agora, os agricultores parceiros nos projetos de agroecologia da empresa em quatro comunidades do Sul da Bahia – Ponto Central, Itagimirim, Petrolândia e Mundo Novo -, poderão aumentar sua rentabilidade com culturas de ciclo longo.
A novidade também amplia a possibilidade de acesso a crédito para esses agricultores familiares, gerando mais oportunidades de profissionalização e ampliação de investimentos nas produções.
Até o momento, os agricultores estavam produzindo culturas de ciclo curto, como milho, abóbora, feijão, mandioca, batata, hortaliças, entre outros produtos. Contudo, em um diagnóstico feito pela consultoria especializada Polímata Soluções Agrícolas e Ambientais, a Veracel identificou o interesse dos produtores em produzir os chamados “bens de raiz”, as culturas de ciclo longo, mais rentáveis, mas que também requerem maior investimento.
“Aqui na minha roça tenho horta, vendo para restaurante e não falta comida, mas eu quero plantar umas mudas de cacau para poder fazer chocolate e aumentar nossa renda”, destaca Ednalva Ferreira Lima, moradora de Itagimirim e participante do programa.
Dessa forma, o Programa Agrovida avançou mais uma etapa e tem apoiado os produtores, oferecendo assistência técnica para que as novas culturas sejam implementadas, de forma alinhada ao modelo de agricultura regenerativa, que tem técnicas especificas para conservação de solo e uso de bioinsumos, por exemplo.
Este tipo de produção traz mais autonomia para os produtores e agrega o valor da sustentabilidade aos seus produtos. “A Veracel tem investido no fortalecimento da agricultura familiar e incentiva a diversificação de culturas na região sul da Bahia. Isso é um exemplo de nosso diálogo e da nossa convivência positiva com as comunidades locais. O desenvolvimento da nossa região, de forma harmoniosa e sustentável, é nossa premissa de atuação socioambiental”, destaca Izabel Bianchi, coordenadora de Responsabilidade Social da Veracel.
O Projeto Agrovida foi implementado pela Veracel em 2009, como uma solução para as áreas de recuo do plantio de eucalipto próximas às comunidades, criando oportunidades de geração de renda para moradores da região.
Além de estimular a formação de associações que representassem as famílias assistidas pelo projeto, a empresa ainda disponibilizou áreas em regime de comodato, insumos e ferramentas, para que esses agricultores pudessem desenvolver suas atividades agrícolas.
Agrofloresta e novos investimentos
O programa Agrovida também tem auxiliado os agricultores na captação de recursos de investidores interessados em apoiar iniciativas de agricultura sustentável e o conceito de agrofloresta, que combina o cultivo de árvores nativas com culturas agrícolas regenerativas e, em muitos casos, também com a criação de animais de pequeno porte em um único espaço.
Esse sistema é projetado para imitar ecossistemas naturais e promover a biodiversidade, a conservação do solo, a reciclagem de nutrientes e a produção de alimentos de forma sustentável. O primeiro parceiro da iniciativa é uma organização não governamental sediada nos Estados Unidos que irá investir na comunidade de Itagimirim para o plantio de cacau regenerativo, de forma a incentivar este modelo, que revitaliza áreas degradadas com uma agricultura ecologicamente adequada.
Com o apoio, serão plantados mais de 28 hectares, e a expectativa é que a comunidade se torne uma referência nesse tipo de cultivo na região, gerando o interesse de mais parceiros que possam apoiar os produtores no desenvolvimento desse modelo de cultura.