Os professores da rede municipal de ensino de Teixeira de Freitas saíram nas principais avenidas da região central da cidade em manifestação. Segundo a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Redes Municipal e estadual (APLB), Francisca Brasília Marques, os motivos da paralisação são:
1 – Rodízio em algumas escolas, ou seja, alunos (as) estudam em dias alternados;
2 – Falta de carteiras;
3 – Escolas sem ventiladores, estão quebrados;
4 – Não pagamento dos 30% no mês de fevereiro, que correspondem a uma parcela da gratificação dos professores da educação infantil e fundamental I;
5 – Salas de creche para crianças de 03 anos de idade devem ter 01 auxiliar de sala, independente do número de crianças assistidas;
6 – Contratação de estagiários para reger as turmas de educação infantil e fundamental I. Com 25 horas de trabalho, explorando a carga horária do município e sem definir como será a supervisão do estagiário;
7 – Dia de estudos, em local de escolha para coordenadores e professores;
8 – Cumprimento de 1/3 de carga horária para planejamento, como rege a Lei nº 11.7382008;
9 – Reformulação da Matriz Curricular da educação infantil e fundamental I com a participação de educadores que trabalham na área;
10 – Convocação dos readaptados (mas, sem uma reunião por parte da secretaria para falar sobre pontos fundamentais sobre as atividades que vão exercer na unidade de ensino).
Maísa Assunção Santos, representante da Associação de Familiares e Amigos da Pessoa Com Deficiência (AFAPEB), disse que apoia os professores nessa caminhada. “O direito deles, é certo, eu valorizo muito isso. Estou aqui também na defesa dos nossos filhos, das crianças com deficiência. Tenho um filho portador de necessidades especiais, ele estuda na Escola Municipal São Lourenço, uma escola muito boa, acolheu meu filho, todos os profissionais têm o maior carinho por ele, mas, os professores estão precisando de ajuda, precisando de suporte para desenvolver melhor as atividades com as crianças, é uma escola com inclusão social”, opina Maísa.
Sabrina Pires, assistente social, mãe, disse ser participante dessa luta que os professores estão engajando, em favor dessas crianças. “Tenho quatro filhos na rede municipal de ensino, estamos em fevereiro, o ano mal começou, a sensação de limitação, de desgaste até emocional, é muito grande, a sensação que eu tenho é que nós estamos andando para trás. Sou moradora de Teixeira, nasci aqui, sei que a gente enfrenta limitações há tempo, que a gente está retrocedendo, a minha filha está no fundamental II, na primeira reunião de pais que tivemos, eu já sai profundamente abatida. Nós não temos livros para essas crianças estudarem, minha filha está sentando numa cadeira plástica, colocando o livro no colo, a gente não pode adormecer não, a gente tem que lutar mesmo, é o governo público que pode fazer por nós, só ele pode ouvir esse grito do povo”, enfatizou a mãe.
A manifestação terminou em frente ao gabinete do prefeito Temóteo Alves de Brito, na avenida São Paulo.