O Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco, aproximando-se de três milhões de toneladas do fruto por ano, sendo que a Bahia tem a liderança nacional. No estado, há plantações em todos os 27 territórios de identidade, com destaque para o do Litoral Norte, especialmente nos municípios de Conde, Jandaíra, Esplanada e Acajutiba. A produção de coco é o tema abordado no programa Encontro com Gabrielli desta semana, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.
Diferente do que muitos pensam, apesar do coco ser encontrado no Brasil há centenas de anos, seu cultivo e produção em escala comercial só tiveram início em 1950, com a introdução de coqueiros provenientes da Ilha de Cabo Verde (África). A porta de entrada desse material foi a Bahia, a partir de onde a cocoicultura foi disseminada por todo o litoral nordestino, se adaptando, posteriormente, a outras regiões do país.
Até 1990, a Bahia produzia cerca de 113 mil toneladas de coco por ano, quantidade que aumentou quatro vezes em 20 anos. Em 2010, a produção no estado superou 500 milhões de frutos, gerando mais de R$ 220 milhões e 240 mil postos de trabalho. “Somos favorecidos com condições ideais para o desenvolvimento dos coqueiros, ou seja, terrenos arenosos na maior parte da faixa costeira e sol forte”, observa o economista e secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli.
Essas condições físicas apontadas por ele, diz, favorece que a comercialização do coco seja realizada durante o ano todo, permitindo, assim, que o produtor tenha um fluxo contínuo de receita ao longo da vida produtiva do coqueiro. Estatísticas do setor indicam que a produção de coco no Brasil encontra-se em franco crescimento, com quase três milhões de toneladas por ano, sendo que 35% dessa produção é vendida para agroindústrias que produzem principalmente coco ralado. A outra parte da produção é consumida como água de coco, nos mercados do Sul, Sudeste e Nordeste.
Hoje, a água de coco representa 1,4% do consumo de bebidas no mercado brasileiro. “Ainda é pouco, mas a expectativa é que essa fatia atinja os 5%, chegando a 500 milhões de litros. Com o aumento contínuo do consumo da água de coco, esse é um mercado bastante promissor, competindo, inclusive, com as bebidas do tipo isotônicos”, ressalta Gabrielli. Para atingir essa meta, entretanto, comenta o secretário, é necessário o desenvolvimento tecnológico de processamento de embalagens que permitam a manutenção das características nutricionais e o sabor da água de coco.
Resíduos – Por outro lado, acrescenta Gabrielli, junto com o aumento do consumo cresce também a geração de um resíduo de difícil degradação, que é a casca do coco. Contudo, existem muitas possibilidades para transformar esse resíduo em matéria-prima, que vai desde a produção de estofamentos e forros automotivos até vasos e palmilhas para caçados.
“Aqui na Bahia, esse aproveitamento ainda é pequeno. Mas algumas empresas já enxergam esse potencial e estão ampliando o trabalho com a casca do coco”, revela Gabrielli. Entre estas empresas se destaca o Grupo Aurantiaca, que está investindo cerca de R$ 200 milhões no plantio de fazendas de coco e em uma moderna agroindústria para o beneficiamento integral do fruto.
Também há previsão do grupo construir a primeira fábrica de fibra de coco da Bahia, no município de Conde, gerando cerca de 500 empregos diretos e três mil indiretos, num complexo industrial com capacidade para processar 800 mil cocos por dia.
Fonte: Programa Encontro com Gabrielli