Estou em casa, enquanto discuto comigo mesmo se devo lembrar ou esquecer os meus problemas. Problemas, todos os temos. Sentimentais, financeiros, musculares e espirituais, hoje mesmo perdi um amigo. Mas, na humanidade, que importa um cidadão com o nome no SPC, ou um amor que o vence, diante da Índia que ultrapassou a China e hoje é o país mais populoso do mundo com um bilhão e quatrocentos milhões de habitantes.
Com o mesmo vento que traz esta nova, chega a notícia de um avião que caiu, e a notícia de um operário que sofreu acidente de trabalho. O que são meus problemas em relação a tudo isto? Nada. Boa é a vida, o viver, com a repetição do acaso feliz. Linda e comovente é a criança, que chega com uma flor para dar a sua mãe. Esplêndida, a água do mar. A fome com que espero o almoço de daqui a pouco. Quero viver a minha vida. Ver e apalpar. Claro que sinto um sentimento de injustiça, talvez; uma pontada de raiva pelos artifícios em que muitos morrem sem motivo, a má sorte visita algumas pessoas em uma precipitação violenta, como uma tempestade elétrica.