Privilégio ou sacrifício?

“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas.” (Filipenses 3.7-8)

Privilégio ou sacrifício?Quando estamos envolvidos e comprometidos com algo e isso nos inspira e alegra, nos sentimos realizados com o que fazemos e, algumas vezes, o que outras pessoas considerariam um sacrifício, consideramos um privilégio. Veja por exemplo os fãs dos grupos musicais e cantores que estão se apresentando esta semana no Rock in Rio. Eles pagam valor considerável pelo ingresso, pelo transporte, pelo que consomem lá dentro e dedicam-se por cerca de doze horas diárias, não importam as condições do tempo, muitas vezes em pé e caminhando grandes distâncias entre um local de show e outro. Quando entrevistados ao final do dia declaram-se realizados. Se preciso fosse, continuariam lá mais doze horas!

Paulo está falando da mesma coisa, do mesmo comprometimento, mas o seu tem a ver com Jesus Cristo. Ele conheceu e experimentou algo em Jesus que o fez um fã (para usar o mesmo termo que usamos para os seguidores do Rock in Rio). Os fãs ou seguidores, têm uma escala de valores peculiar, orientada pelo seu ídolo, por aquilo que conquista seu coração. Por isso Paulo afirma que fez uma revisão e o que antes orientava suas buscas, já não orienta mais. O que antes era fonte de sua alegria, já não é mais. O que antes facilmente ocuparia o primeiro lugar, já não ocupa mais. Ele tem outras prioridades e alegrias. Ele quer conhecer mais de Cristo e estar mais envolvido que nunca com Cristo. Ele perdeu muitas coisas por Jesus, mas para ele não foram perdas, mas ganhos. Não houve sacrifício, mas privilégio.

Como podemos crescer no compromisso e alegria em Cristo, a exemplo de Paulo? Um dos piores caminhos para isso é o da ameaça, do medo, da coação. Infelizmente, tantas vezes são esses os caminhos escolhidos pela religião. O medo do castigo e do inferno produz seguidores cuja atitude diante da vida tem pouco de alegria e muito de rigidez e intolerância. O caminho do cristianismo é outro. É nos aventurarmos na obediência por confiarmos no amor de Cristo. É o caminho do encantamento com tão grande amor e graça. A obediência pela fé nos transforma interiormente e experimentamos significado e alegria. Seguimos a Jesus, ainda que pareça difícil a quem vê de fora. Pois o que é lucro ou perda, sacrifício ou privilégio, depende do que nos conquistou o coração e alma!

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