Primeiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Extremo Sul da Bahia completa um ano de operação

 espaço já recebeu 17 animais e complementa o Programa de Monitoramento de Quelônios realizado no Terminal Marítimo de Belmonte (BA) que registrou o nascimento de 14 mil filhotes na última temporada reprodutiva. A nova temporada se inicia agora, em setembro

Primeiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Extremo Sul da Bahia completa um ano de operação
Primeiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Extremo Sul da Bahia completa um ano de operação. Foto: Ascom

O pioneiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas (CRTM) do extremo Sul da Bahia, fundado e gerido pela Veracel Celulose no Terminal Marítimo de Belmonte, comemorou seu primeiro aniversário em julho com importantes conquistas em suas atividades de proteção e cuidados com as tartarugas marinhas na região da Costa do Descobrimento (BA). Desde sua inauguração, o CRTM já recebeu 17 animais e tem desempenhado um papel fundamental na recuperação de tartarugas marinhas, reforçando o compromisso da empresa com a conservação da biodiversidade.

Neste primeiro ano de operação, o CRTM recebeu 15 tartarugas marinhas resgatadas pelas equipes do próprio Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel, realizado na área do Terminal Marítimo de Belmonte (TMB), e duas tartarugas entregues por órgãos ambientais. Deste total de 17 animais resgatados, sete chegaram vivos ao CRTM, sendo que dois foram soltos de volta ao mar, outros dois não resistiram e três seguem em tratamento. Os animais que não sobreviveram passaram por necropsias para determinar as causas da morte.

Primeiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Extremo Sul da Bahia completa um ano de operação
Em um ano, Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas já resgatou 17 animais. Foto: Divulgação Veracel

“O processo de reabilitação de tartarugas marinhas é complexo e repleto de desafios. Neste primeiro ano, enfrentamos atendimentos constantes e simultâneos que mantiveram nossa equipe especializada intensamente ocupada, sendo que muitos dos animais tratados são grandes e pesam mais de 50 quilos”, comenta Tarciso Matos, coordenador de Meio Ambiente da Veracel. “Compreender as causas que afetam a saúde desses animais é essencial para desenvolver estratégias de conservação eficazes e fornecer dados importantes para futuras políticas públicas de preservação”, destaca ainda Matos.

O CRTM possui capacidade para reabilitar até quatro animais simultaneamente em uma área de 600 m². A estrutura de recuperação e necropsia complementa o Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel, que desde 2005 monitora 35 km de praias ao redor do Terminal Marítimo de Belmonte, durante a temporada reprodutiva de tartarugas marinhas, que ocorre entre setembro e abril.

Do hospital ao berçário: Última temporada reprodutiva registrou mais de 14 mil filhotes 

Com o início de setembro, inicia-se também mais uma temporada reprodutiva de tartarugas marinhas no Sul da Bahia. O Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel acompanha, há 19 anos, a presença dos animais, a postura dos ovos e a localização dos ninhos para garantir sua proteção.

Primeiro Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Extremo Sul da Bahia completa um ano de operação
Aglomeração de tartarugas no Extremo Sul baiano. Foto: Divulgação Ambipar

Na última temporada, de setembro de 2023 a abril deste ano, foram registradas 322 ocorrências reprodutivas, com 268 resultando em desova e 198 ninhos. Foram postados 19.892 ovos, dos quais 14.874 filhotes nasceram vivos. “A recuperação para mais de 14 mil filhotes, igualando os níveis da temporada 2021/2022, é um resultado extremamente positivo e encorajador que valida nossos esforços no cuidado com as tartarugas marinhas em nossa região”, destaca Matos. Na temporada reprodutiva de 2022/2023, foi registrado o nascimento de cerca de 11 mil filhotes.

Além disso, na temporada 2023/2024, 140 ninhos apresentaram uma taxa de eclosão superior a 70%, indicando boas condições de incubação e cuidados adequados. Matos explica: “Uma alta taxa de eclosão não só aumenta o número de filhotes que chegam ao mar, mas também demonstra o sucesso das práticas de monitoramento e proteção dos ninhos. Esse resultado é crucial para a preservação das espécies, especialmente diante das ameaças atuais”.

Existem cinco espécies de tartarugas marinhas no Brasil. Todas já tiveram registro de desova na região do monitoramento. Nesta temporada, os ninhos da espécie tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) foram os mais predominantes. Em seguida, vieram os ninhos de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e de tartaruga-verde (Chelonia mydas). 

A tartaruga-oliva e a tartaruga-cabeçuda constam na Lista Nacional das Espécies Ameaçadas na categoria de espécies Vulneráveis, enquanto a tartaruga-de-pente consta categorizada como Em Perigo. (Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022).

Tanto o Programa de Monitoramento quanto o CRTM da Veracel são executados em alinhamento com as diretrizes do Centro TAMAR/ICMBio e demais autoridades ambientais brasileiras, além de atender a todas as condicionantes de operação da empresa no Terminal Marítimo de Belmonte, origem do transporte de sua produção de celulose da Bahia ao Espírito Santo.

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