Sempre me pergunto porque o Brasil não tem um prêmio Nobel? Talvez falte dinheiro para investimento, talvez não seja prioridade a pesquisa.
Respondo com o conhecido caso real-imaginário de marketing, segundo o qual dois fabricantes de sapatos do Rio Grande do Sul mandaram pesquisar o mercado do vizinho Paraguai, com o propósito de implantar ali uma fábrica. Os avaliadores chegaram a conclusões opostas. Enquanto o primeiro concluiu: “Não vale a pena investir no mercado do Paraguai, porque ali todos andam descalços”, o segundo foi taxativo: “O Paraguai é um grande mercado potencial porque quase toda a sua população anda descalça”. Visões diferentes de investimento, já que tem que, às vezes, passar 20 anos de vida pesquisando uma única molécula. Não é barato. O cálculo é que uma pesquisa de 15 anos de duração custe pelo menos 4 bilhões de reais. Mas, muitas empreitadas fracassam. Quando pensamos em um país com vários Prêmios Nobel, é óbvio entender que várias das inovações são criadas, primeiramente, para uso militar e depois adaptadas para uso civil, e então exportadas para o mundo todo. Esta é a minha visão.