A saúde das comunidades indígenas que habitam o município de Porto Seguro é uma das preocupações do governo municipal. Como as aldeias ficam distantes, a Secretaria de Saúde tem realizado mutirões, periodicamente, para atender essas comunidades.
O primeiro aconteceu na Aldeia de Barra Velha e o segundo, no dia 7 de maio, na Aldeia de Boca da Mata, que fica a quase 200 km de Porto Seguro. A próxima a receber a caravana será a Aldeia Velha, situada no distrito de Arraial d’Ajuda.
Nesses eventos são feitas consultas médicas e atendimentos odontológicos, aferição de pressão arterial, teste de glicose no sangue, exames laboratoriais e orientações sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), além de distribuição de preservativos.
Também são feitos trabalhos pela Coordenação de Combate a Endemias, como visita dos agentes que fazem vistoria nas casas, aplicação de veneno e orientações sobre como combater o mosquito transmissor da dengue.
Outra atividade é voltada para a preservação Ambiental, realizada pela equipe do setor de Conscientização Ambiental, da Secretaria de Meio Ambiente. Palestras e mudas de árvores frutíferas e ornamentais são distribuídas.
Já a Secretaria de Ação Social apresenta o Programa Bolsa Família e faz o cadastro para beneficiar os índios com o recurso mensal oferecido pelo Governo Federal. O Banco do Brasil tem sido parceiro, fazendo o Cadastro de Pessoa Física (CPF) nas aldeias. No último mutirão, a Secretaria de Obras fez extensão de rede elétrica, instalou postes e lâmpadas.
O prefeito de Porto Seguro, Gilberto Abade, participa ativamente desses encontros, a fim de ouvir as comunidades sobre suas demanda, fortalecer o relacionamento e propiciar melhor qualidade de vida ao índio.
Participação ativa
Porto Seguro é privilegiado, com 12 aldeias e seis extensões, formadas por índios da etnia Pataxó. A população indígena no município é de quase 15 mil pessoas.
As comunidades atuam de forma ativa na sociedade, participando de ações políticas, culturais, artísticas e ambientais. Nesse ano, junto ao Executivo, pode disseminar, em feiras e workshops voltados ao turismo, a riqueza de sua gastronomia típica, ritos e tradições, além de artesanatos confeccionados nas aldeias. A ideia é promover o turismo nas aldeias que já estejam preparadas para receber os visitantes.
Desde o início da gestão do Prefeito Abade, o povo indígena do município tem sido mais valorizado e beneficiado pelas ações das secretarias. O que tem refletido diretamente na evolução e desenvolvimento de várias áreas nas comunidades.
Avanços na Educação
Exemplo disso é na Educação. O prefeito Abade já inaugurou duas escolas municipais dentro de aldeias, uma na Reserva da Jaqueira e a outra na Aldeia Velha. Nas escolas dentro das aldeias, foi priorizado que a maioria dos profissionais, entre corpo docente e administradores, seja indígena. Hoje, o índice de indígenas atuando dentro das escolas é de 90%. “Acreditamos que para aperfeiçoar a educação indígena, o ideal é que as escolas sejam geridas e as aulas ministradas por pessoas que estão inseridas na cultura e realidade da etnia”, explica a superintendente de Assuntos Indígenas, Soraia Perello.
A qualidade do ensino melhorou. Prova disso é que o MEC reconheceu a funcionalidade das escolas dentro das aldeias indígenas. Também é destaque que dois alunos indígenas Pataxó, do município, foram premiados em olimpíadas estudantis em 2009.
A comunidade tem participado de forma mais efetiva de vestibulares de instituições renomadas no País. A UNB e a UFMG já têm alunos Pataxós. Os vestibulandos indígenas de Porto Seguro também se destacam nos processos seletivos das faculdades particulares da região.
Outro ponto importante é a motivação para a entrada dos alunos do ensino médio indígena no ensino superior. O município de Porto Seguro é o segundo no estado e o terceiro no País a oferecer vestibular específico para indígenas. As provas acontecerão no próximo dia 16, no IFBA, para o curso de Licenciatura Intercultural Indígena. “Os índios serão qualificados para lecionar nas suas próprias aldeias”, diz a superintendente.
Superintendência Indígena
O governo Abade reconhece a importância do índio no município. Por isso, criou a Superintendência Municipal Indígena, o que é inédito na Bahia. O órgão veio trazer mais mobilidade política e estreitar as relações do poder público com as comunidades indígenas, que até pouco tempo atrás, eram atendidas apenas de forma assistencial.
“Hoje, as comunidades participam das ações a serem implementadas nas aldeias, bem como, dos projetos que interferem no futuro das tribos”, conclui o prefeito.
Fonte: Verônica Menezes