“A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.” (Salmos 103.15-16)
Pensei em escrever sobre o dia dos pais, pois é hoje que se comemora a data. Mas o que dizer? Há tantas realidades envolvendo a figura paterna! Há pais que abandonaram seus filhos, há pais que estão pertos, mas seria melhor que não estivessem, há pais desconhecidos e que nunca pretenderam revelar-se a seus filhos e filhas que carregam um anseio, talvez já silenciado, de saber quem são. É claro que há pais cuja vida e conduta têm abençoado seus filhos, apesar de suas falhas. O melhor seria concentrar-me no lado bom da história? Não consegui. O melhor que vejo neste dia é que, na medida do possível, prevalece a gratidão, o amor, o carinho. É uma época em que os pais de filhos pequenos ouvem “você é o melhor pai do mundo”. Isso não os torna de fato os melhores pais do mundo, mas torna seus filhos melhores. Porque ter um pai e chamá-lo de o melhor pai, faz muito bem a uma criança. É da imagem que criam de seus pais que eles fortalecem a própria imagem.
Ao refletir, mergulhei um pouco em minha própria trajetória: filho, pai e avô. Percebi como a vida passa rápida e como sabemos pouco. Ouvi de um amigo que a vida é uma professora exigente, que, pois primeiro dá a prova e só depois ensina a lição. Na vida vamos recebendo papeis e precisamos aprender a vivê-los. Em especial os papeis relacionais. Pais nascem quando nascem seus filhos e ficam prontos depois que seus filhos partem. O filho naturalmente apega-se ao pai, que não aprenderá naturalmente a ser pai: precisará ser intencional. E como pai terá que aprender muito. Não dá pra antecipar, aprende-se sendo. Um pouco de cada vez e muito depois que seus filhos tiverem crescido e estiverem seguindo por si mesmos a própria vida. A paternidade é vivida pela fé. Fazemos o que acreditamos que devemos. E erramos, acertamos, agradamos e desagradamos. Cada filho é único, não aprendemos com um como lidar com o outro! Mas o pai é um só! O que salva tudo é o amor. Não é atoa que as Escrituras dizem que o amor cobre, supera todos os pecados (Pv. 10.12).
E tudo isso acontece rápido, embora pareça devagar. Filhos tornam-se pai, pais tornam-se avôs, aqueles que tiníamos por perto seguem caminhos diferentes, o tempo que tínhamos já não temos mais. E assim o que um dia pareceu muito, muito tempo pela frente, começa a parecer pouco. Como podemos nos atrever a viver a vida sem a ajuda de Deus?! Como podemos tentar sozinhos ser quem devemos ser?! Por que entendemos tão tardiamente que precisamos de ajuda?! A distância de Deus nos impede de compreender a vida. Perto dele podemos ser influenciados para viver de maneira melhor, mais apropriada. Acertar mais que errar! Devemos nos lembrar de que a vida de cada um de nós importa na vida de outros. Especialmente se somos pais. A paternidade é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Pedimos a Deus tantas coisas! Peçamos a benção de ser. Ser uma dádiva na vida de outros, especialmente na vida de nossos familiares. E façamos isso logo para que sejamos isso logo, pois a vida passa rápido!