Praga é uma cidade que fala com a gente. Uma cidade que cantarola uma música própria, tem um clarenetista tocando na praça sempre. No meio da década de 1990, Praga era uma utopia resplandecente, cheia de inspiração e mistério, pois após a queda do muro de Berlim, e o fim do regime comunista, estava aberta ao ocidente. E é uma das poucas capitais que não foi bombardeada na segunda guerra mundial, como Varsóvia que foi toda reconstruída.
Já tinha visitado os Estados Unidos e lá idolatram a grandeza: casas grandes, camas gigantes, Coca-Cola gigante, sacos de pipoca gigantes. Em Praga ou Paris, a localização era mais importante do que o tamanho, fomos no verão, existem bares subterrâneos, espaçosos e confortáveis com seus sofás espalhados, cadeiras de couro roliças e mesas baixas, para o período de inverno, onde degustamos a famosa cerveja local em taças gigantes. Cidade do gênio da literatura Fran Kafka, um guia mostrou a casa onde nasceu, a estátua em sua homenagem, e o café que frequentava. É considerado um dos melhores escritores do século XX. A beleza de Praga como a de Paris, sugestiona e dá a tudo que a rodeia um movimento de elegância. O ator Raul Cortez gostava muito, todo ano ia a Praga.
A altura dos olhos, nossas vistas esbarravam sempre em monumentos belos e preservados. E uma cidade para andar, mas apesar de sentir cansado até os ossos, andamos pelo passado histórico, e ai tudo se movia mais devagar um pouco, menos frenético. Foram
momentos vividos com a intensidade necessária para virar uma lembrança inesquecível.