Ainda não há informações sobre as causas da morte da baleia.
A baleia jubarte de cerca de 15 metros encontrada morta em um distrito do município de Prado, no extremo sul da Bahia, ainda não foi retirada da areia da praia, cinco dias após o encalhe. A carcaça do animal adulto, que pesa cerca de 30 toneladas, terá que ser dividida em pedaços para ser deslocada e enterrada. Ainda nao há informações sobre as causas da morte do animal. Segundo o Instituto Baleia Jubarte, foi a maior baleia encontrada morta no litoral baiano em 2015.
O veterinário e diretor de pesquisas do Projeto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, disse que um trator foi cedido pela prefeitura da cidade para fazer a retirada da carcaça da praia no domingo (30), mas o serviço não foi realizado porque a máquina não suportou o peso da baleia, que deverá ser enterrada na própria praia, acima da linha da maré.
“Alguns moradores do local não querem que a baleia seja enterrada lá, por causa do mal cheiro e devido ao fato de a praia ficar perto de residências e pousadas. Alguns, inclusive, chegaram a entrar na frente da máquina para evitar os trabalhos”, conta.
O veterinário afirma que as entradas que levam ao distrito de Cumuruxatiba são de difícil acesso para veículos grandes, que possam fazer o deslocamento do corpo do animal para um aterro sanitário e que, por conta disso, os restos mortais da baleia terão que ser enterrados no local, a poucos metros de onde encalhou.
“Funcionários da prefeitura já estão dando suporte para que isso aconteça, já que conseguir deslocar 30 toneladas não é fácil”, destacou. A previsão é de que o animal seja enterrado nos próximos dias.
Encalhes
Cerca de 80 a 85% das baleias jubarte que encalham são carcaças, ou seja, animais que morreram no mar e foram carregadas pelas correntes e marés até a praia. Em apenas 15% a 20% dos casos o animal chega à praia com vida, podendo vir a morrer no local ou ser resgatado e devolvido ao mar.
Conforme o Instituto Baleia Jubarte, que atua nos encalhes da espécie desde o fim da década de 1980, o encalhe ocorre quando, por algum motivo, as baleias chegam muito próximo às praias ou arrebentação e não conseguem se libertar sozinhas, ou quando chegam já mortas à areia.
Segundo o órgão, diversas fatores podem contribuir para o encalhe, entre eles estão a ocorrência de doenças, que podem ser agravadas pela poluição marinha ou pela presença de toxinas naturais, o emalhamento em artefatos de pesca, como redes e espinhel, ou a colisão com embarcações.
Em muito casos, exames feitos na carcaça do animal em até 24 horas ajudam os especialistas a identificarem as causas da morte. “Quando a gente chega na praia, depedendo da carcaça, a gente faz ecames depois de colher materias como tecidos, pele gordura, sangue, órgaos. Mas essas amostras precisam ser colhidas em até 24 horas, que é quando a carcaça ainda está fresca. Depois, começa a se decompor”, destacou.
“Fazemos um monitoramento dos encalhes para ter um mapeamento de onde esses casos mais ocorrem e entender quais são as causas. Quando o animal encalha vivo, a nossa proposta é prestar assistência e devolver o quanto antes para o mar”, disse a zoóloga e educadora ambiental do Instituto Baleia Jubarte Luena Fernandes.
Os animais mortos, conforme a especialista, são enterrados em aterros sanitários ou em praias desertas. A responsabilidade pelo descarte da carcaça, segundo a zoóloga, é dos órgãos públicos de saúde, limpeza e meio ambiente.
“Quando ela encalha em uma praia que tem bastante movimento de pessoas, é preciso cortar a carcaça em pedaços e fazer a retirada, se no local existir vias que permitam o acesso de máquinas”, destacou. A especialista orienta aos moradores informar ao programa de resgate do Projeto Baleia Jubarte quando ocorrer o encalhe de baleias. O programa atua no litoral da Bahia e do Espírito Santo.
Baleia
A baleia jubarte de cerca de 15 metros foi encontrada morta na praia do Rio do Peixe, no distrito de Cumuruxatiba. A informação foi confirmada pelo Instituto Baleia Jubarte, que registrou a ocorrência. De acordo com a assessoria do órgão, o corpo foi descoberto por volta das 7h30 do último sábado (29), já em estado de decomposição. Ainda não se sabe o motivo da morte do animal.
Ainda segundo a assessoria do Instituto Baleia Jubarte, no período de julho a novembro, as baleias vêm até a costa brasileira para acasalar e reproduzir. Elas passam o resto do ano na Antártida, se alimentando. De acordo com o órgão, é comum o encalhe de jubartes nesta época do ano.
O Instituto Baleia Jubarte informa que já foram registrados 28 encalhes de baleias na costa brasileira em 2015. Deste total, 11 foram na Bahia, três no Rio Grande do Sul, seis em Santa Catarina, um no Paraná, dois no Rio de Janeiro, três no Espírito Santo, um em Sergipe e um em Pernambuco. De todos os encalhes, apenas em Sergipe o animal ainda estava vivo.
G1