Bicho da espécie jubarte foi achado em estado avançado de decomposição. Encalhe aconteceu na quarta-feira, em praia de Prado.
Uma baleia foi encontrada morta no final da tarde de quarta-feira, 24, em uma praia do centro do município de Prado, no extremo sul da Bahia. O animal, da espécie jubarte e que mede cerca de 10 metros, foi achado em estado avançado de decomposição, segundo informações do Instituto Baleia Jubarte.
“A gente recebeu a ligação de que o bicho estava lá por volta das 17h. Ele estava na água ainda. Mas quando o bicho tá na água a gente não tem como examinar, trabalhar nele, porque envolve vários riscos. A gente espera encalhar na areia. Hoje de manhã [quinta-feira], a gente foi pra lá examinar o animal. Só que ele estava bem alterado. Informaram que alguns moradores foram lá tirar a ossada e outras partes para usar como isca. Mas conseguimos examinar. O animal tinha várias mordidas de tubarão”, relata Adriana Colosio, bióloga do instituto.
A bióloga conta que é comum o encalhe de baleias nesta região. É quando elas migram da Antártida em busca de alimentos em águas mais quentes. “É a área de reprodução delas e é normal que a maré traga nessa época do ano. Não foi possível diagnosticar a causa da morte do animal porque ele estava em estado de decomposição avançado. Essa é a quarta jubarte encontrada morta na Bahia esse ano”.
Remoção
Até por volta das 17h40 desta quinta-feira, 25, o animal ainda não havia sido retirado da praia de Prado. De acordo com Adriana Colosio, cabe a prefeitura local fazer a remoção da carcaça do bicho.
“Quando a praia é habitada, existe uma resolução do Conama [Conselho Nacional de Meio Ambiente], que atribui essa responsabilidade [retirar o animal] ao poder público. Fui até a Prefeitura de Prado e eles disseram que não tinha máquina retroescavadeira disponível. Então eu entreguei uma solicitação pedindo formamalmente a remoção”, descreve Adriana.
Em contato com o G1, a Prefeitura de Prado informou que possui duas máquinas retroescavadeiras, sendo que uma está passando por manutenção e a outra estava realizando trabalho em um distrito da região. No final da tarde desta quinta-feira, a máquina encerrou o serviço e foi levada para a praia, mas a maré estava alta e não foi possível realizar a remoção, segundo o órgão. A prefeitura afirma ainda que a baleia será retirada por volta das 7h de sexta-feira,26.
A bióloga Adriana Colosio explica que a demora em retirar o animal da areia da praia pode causar danos ao meio ambiente e também aos moradores. “Tinha muita gente que nunca viu uma baleia na vida e mesmo a gente orientando que não podiam tocar, as pessoas continuavam mexendo, principalmente criança. Pode transmitir zoonoses, além disso, a gordura e o sangue atraem tubarão”.
Segundo Adriana, a orientação é enterrar a baleia acima da linha da maré, em um lugar que, de preferência, que não tenha moradores. “Tinha uma área ali que dava para enterrar a carcaça. Não era uma situação que daria muito trabalho, porque o animal não tinha quase nenhum osso”.
Fonte: G1 BA