Moradores de Prado reclamam de coceira e escolas são fechadas.
Larvas deixadas por mariposas se espalham e causam novo problema
Após a invasão de mariposas em Prado, no extremo sul do estado, larvas deixadas pelos insetos se espalham pela cidade e causam novo problema aos moradores. Apesar de pequenas, as larvas têm incomodado. “Quando o pessoal passa e elas [larvas] encostam nas pessoas, começa a coçar, dá alergia”, disse o estudante Walisson de Oliveira. Esta semana, dois colégios tiveram aulas suspensas por causa da infestação dos insetos.
A escola municipal Perolina Mascarenhas precisou passar por dedetização e, por conta disso, as aulas foram canceladas. Outra instituição ficou dois dias sem funcionar por causa das lagartas. “Isso aí tomou uma proporção enorme, a ponto da gente realmente suspender as aulas e tomar as devidas providências, que foi chamar a vigilância sanitária”, disse a coordenadora pedagógica Mariscléia Couto.
Desde o fim da semana passada, as larvas começaram a aparecer. Para combater, não basta simplesmente aplicar o inseticida, pois ao depositar os ovos, as mariposas também produzem uma espécie de teia que funciona como uma tela de proteção. Para o produto ter efeito é preciso retirar essa teia e só então aplicar o veneno.
A secretaria de Meio Ambiente iniciou o combate no início da semana, mas as larvas, que em pouco tempo se tornam lagartas, só podem ser combatidas quando nascem. Por isso, esse processo pode levar alguns dias. Para o eletricista Inamar Sarmento, o que preocupa é uma dessas larvas entrar no ouvido de uma criança. “São muitas, incomodam, não tem jeito não. Pode entrar no seu olho, na sua boca, seu ouvido”, conta.
Segundo a secretaria de Meio Ambiente de Prado, as mariposas surgiram por causa de um desequilíbrio ecológico que ainda está sendo estudado. Uma das possíveis causas é a monocultura do eucalipto na região.
Mas as empresas de papel e celulose que atuam na área afirmam que o combate às lagartas pardas é realizado com a orientação de órgãos competentes, como a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). O produto usado no combate é biológico, não prejudica a saúde humana e não afeta a biodiversidade.
Invasão de mariposas
Mariposas “invadiram” a cidade de Prado, na região extremo-sul da Bahia, e a aglomeração do inseto em vários pontos intriga moradores, a prefeitura e até biólogos. De acordo com a secretária de Meio Ambiente do município, Benedita Barreto, mariposas tomaram conta da cidade no início de julho. Elas foram combatidas com inseticidas.
Um dos locais onde os insetos mais se concentraram foi nas paredes da Igreja Nossa Senha da Purificação, um dos pontos turísticos. Também é possível vê-las aos montes nos bancos da praça, localizada perto do templo, e pelo chão.
A secretária informou, ainda, que uma reunião será realizada com representantes do Meio Ambiente, da Secretaria de Saúde e da Vigilância Sanitária municipal para verificar quais ações serão tomadas para combater os insetos.
O autônomo Rosinaldo do Rosário, que mora na cidade há mais de 50 anos, afirmou que também nunca viu nada parecido e pensou que fosse espuma.
Quem olha bem de perto, percebe que as mariposas estão depositando ovos nos locais onde pousam. O biolólogo George Soares afirmou que a espécie está no período de reprodução, mas não sabe precisar o que atraiu tantas mariposas para a cidade. O especialista também alerta que é preciso ter cuidado porque os insetos podem causar problemas de saúde, como dermatite [reação alérgica da pele].
G1, com informações da TV Santa Cruz