Na pré-história e na Idade Média, a maioria dos trabalhos era física, inclusive com a escravidão do século dezenove. Saímos dela para a intelectualidade, da intelectualidade do tipo repetitivo à atividade intelectual criativa. Essas trajetórias mostram a passagem de uma sociedade que foi chamada de “individual” a uma nova sociedade, que podemos chamar de “pós-intelectual”.
Estamos deixando a sociedade industrial, que permitiu que milhões de pessoas agissem somente com o corpo, mas não lhes deixou a liberdade para se expressar com a mente. Fiz muitas perícias na linha de montagem da Ford em Camaçari e, ali, o trabalho que os operários faziam era com a movimentação de pés e mãos, mas não usavam a cabeça (mente); depois de algum tempo, o movimento se tornava completamente automático.
Bastava observá-lo por poucos minutos para aprender a realizá-lo. A mesma situação acontecia nos bancos. Fui funcionário do Banco do Brasil e o trabalho só usava as mãos e os olhos; não tinha criatividade. Mas estamos entrando em uma era em que a criatividade será muito valorizada, principalmente com a chegada da inteligência artificial. Acredito nesse futuro.