Estreitando ainda mais seus laços com Portugal, Porto Seguro recebeu dia 22 de abril, a nova sede do Consulado Português, que funcionará na Rua Antônio Ricaldi, 50, Cidade Histórica. O empresário Moacyr Andrade foi nomeado e empossado Cônsul honorário de Portugal em Porto Seguro, durante concorrida solenidade, que contou com a presença do prefeito Abade, deputados, militares graduados, secretários e lideranças locais.
A Banda de Fuzileiros Navais da Marinha iniciou o evento com a execução do Hino Nacional Português e, posteriormente, o Brasileiro. Em seguida, o Embaixador de Portugal no Brasil, João Emanuel Salgueiro, falou sobre a importância desse consulado para atender à comunidade portuguesa que mora na região e fortalecer os laços com a terra mãe do Brasil. “Esse é um elo perdido desde 2003, quando tínhamos um consulado local, mas agora, com a pessoa do Sr. Moacyr Andrade, que é um diplomata nato, estaremos resgatando esses vínculos e intensificando as relações econômicas e culturais”, afirmou.
Muito satisfeito, Moacyr declarou que pretende se empenhar para tornar o consulado ativo na comunidade. “É com bastante responsabilidade e ânimo que assumo tão honroso posto”, enfatizou. O prefeito de Porto Seguro, Gilberto Abade, frisou que esse consulado é uma forma de valorizar a História entre esses dois lugares tão especiais, além de imprescindível para ampliar o diálogo e suas relações. “Estamos preservando a História desse relacionamento iniciado há 510 anos. E isso nos orgulha, pois Portugal é um país pacífico, que sempre prima pela paz”, disse.
Solenidade prestigiada
O evento foi prestigiado por um grande número de autoridades políticas. A deputada federal Lídice da Mata destacou a importância da inauguração do consulado. “Isso simboliza a relação harmoniosa e reflete a amizade entre esses dois lugares que têm um vínculo tão estreito pela história”, comenta. O deputado federal Paulo Magalhães também participou. “É extremamente importante esse elo, do qual comunga o Brasil, Bahia e Porto Seguro junto ao governo português”, aponta.
O deputado estadual Gaban avalia que antes desse consulado, havia um vazio na terra onde tudo começou na nação. “Com a presença de Moacyr Andrade, que mesmo de maneira informal, sempre atuou como cônsul, creio que vamos sanar essa lacuna, dando mais atenção a esse relacionamento que favorece o intercâmbio cultural e as atividades econômicas”, ressalta.
Para o ex-secretário de Turismo, Domingos Leoneli, o consulado proporciona um reencontro diplomático e institucional há muito consolidado. “Quem um dia chegou como ocupante, hoje é reconhecido como um verdadeiro parceiro”, enfatiza.
Autoridades militares também participaram como o coronel da PM, Carlos Maurício; Capitão Cruz, da Capitania dos Portos; Major Faiolo, da Aeronáutica; Major Braga Neto, do Corpo de Bombeiros; Patrícia Martins, Superintendente do Convention Bureau; Major Calazans, do Rotary; representante do Consulado Italiano, Ulisses Baggi; General de Divisas, Francisco Ferreira; General de Exército, Câmara Sena e o cônsul de Portugal em Salvador, João Sabido Costa.
Entre as atribuições do consulado: emitir vistos e passaportes, consularizar documentos, formalizar casamentos, liberar navios, emitir certificados comerciais, promover o comércio e o intercâmbio cultural entre o país que reside e o que representa, acompanhar as autoridades do país que representa, e desenvolver projetos sociais.
Cultura e arte
A cerimônia foi abrilhantada pela apresentação indígena de integrantes da Aldeia Velha, que dançaram e cantaram na língua Patxohã. Para relembrar a miscigenação do povo brasileiro, que também tem forte influência africana, o grupo de capoeira Arte Brasil, fez apresentação de maculelê e roda de capoeira.
Com toda a diversidade cultural existente em Porto Seguro, a Orquestra Sinfônica da UFBA, que realiza o projeto Concertos Populares, já pelo quinto ano, encerrou o evento com clássicos conhecidos e música sinfônica brasileira, além de trilha sonora de cinema, sob regência do maestro Leandro Gauzineo e participação da solista soprano, Emília Souto. O repertório contou com 12 obras executadas por 60 músicos. A cada intervalo, a plateia se manifestava com calorosos aplausos.
Verônica Menezes – Reportagem/texto