“Não volto nunca mais aqui em Porto Seguro”, desabafa um turista da cidade paulista de Franca, que está passando férias na cidade com a esposa e um filho de dois anos. Ele estava esperando, há uma hora e meia, o trânsito ser liberado pelos motoristas de lotação, que fazem o transporte alternativo.”E na Copa, como vai ser?”, perguntou o turista revoltado.
A manifestação dos motoristas de lotação (transporte alternativo não legalizado) parou o trânsito em todos os sentidos no Trevo do Cabral, que dá acesso ao centro de Porto Seguro e a orla norte, no final da tarde desta segunda-feira, 2 de dezembro. A Rua das Pitangueiras também foi interditada.
O motivo da manifestação foi protestar contra a prisão de pelo menos seis motoristas de lotação, efetuada pela Polícia Militar, cumprindo ordem judicial a pedido do Ministério Público Estadual. As prisões dos colegas revoltaram a categoria. Alguns manifestantes estavam enfurecidos e ameaçavam tocar fogo em um ônibus que fazia transporte coletivo.
“Quem quer proibir a gente de trabalhar é o deputado Ronaldo Carletto, dono dos ônibus”, disse em tom de revolta um dos manifestantes. Um morador do Baianão e também motorista de lotação disse que “a população chega a esperar até duas horas por um transporte coletivo nos pontos de ônibus”.
Os motoristas alegam que o sistema de transporte coletivo é precário, com poucos linhas e poucos horários. “Se eu não pegar lotação chego atrasado no trabalho ou muito tarde em casa, sem falar que os ônibus andam lotados”, disse um usuário do sistema de lotação, que disse pagar o mesmo preço da passagem de ônibus: R$ 2,50.
VEREADOR
O vereador Marcos da Aurora (PSC), que estava de motocicleta, criticou a manifestação: “É um absurdo, eu não concordo com isso, fechar a pista tirar o direito do cidadão de ir e vir. Quer protestar? Então vai na Câmara, fecha a Câmara de Vereadores. Vai no gabinete da prefeita, fecha o gabinete da prefeita”, argumentou o edil.
Fonte: Geraldo Alves/Bahia 40 graus