Por Pedro Ivo Rodrigues
Muitos são os mistérios da dimensão supra-sensível que intrigam a mente humana. Possibilidades de expansão mental permanecem como um grande ponto de interrogação, que mesmo sendo creditados às personalidades simplórias ou, ao contrário, aos farsantes, não podem ser completamente descartadas pela lente científica hodierna.
Áreas como a biologia, física e astronomia alcançaram grande avanço a partir do século XIX. Da órbita terrestre, o telescópio Huble capta imagens dos confins do universo, trazendo ao conhecimento humano visões de sistemas estelares de milhares de anos-luz do nosso planeta (um ano-luz equivale a 10 trilhões de quilômetros), proporcionando ainda entendimentos acerca do cosmos, relativos à sua gênese.
Contudo todos esses avanços não foram suficientes para a compreensão da dimensão espiritual do homem, que ainda é uma incógnita e mesmo reputada como crendice pelos céticos.
Se formos analisar as faces do que chamamos destino, veremos como são incompreensíveis a partir da lógica comum. Pessoas que nascem em lares miseráveis, às vezes, chegam aos mais elevados escalões dos mundos político e financeiro, enquanto potentados, donos de fortunas seculares, despencam aos alicerces da ruína. Acidentes inexplicáveis tragam dezenas, centenas e até milhares de vidas. Criaturas de origem obscura vez por outra aparecem, e desaparecem na mesma velocidade, criando a dúvida sobre as formas de vida catalogadas. Crianças de tão tenra idade, como cinco ou seis anos, demonstram capacidades intelectuais e dons muito além das explicações científicas.
No tocante à Percepção Extra-Sensorial (PES), chama-me a atenção a questão dos fenômenos paranormais. Seríamos capazes de transmitir pensamento, antever acontecimentos futuros ou mesmo nos deslocar às outras dimensões?
Michel de Nostredame (1503-1566), conhecido como Nostradamus, foi um médico francês que alegava possuir o dom da profecia. Ele se baseava nos estudos dos neoplatônicos, como os do sírio Jâmblico (245-325), autor da obra De Mysteriis Aegyptiorum (Sobre os Mistérios do Egito) e de Hermes Trismegisto, personagem hipotético tido como artífice da Tábua de Esmeralda, obra que lançou os fundamentos da alquimia. Nostradamus teria predito a Revolução Francesa, a Segunda Guerra Mundial e vaticinava a vinda de um terceiro anticristo, nascido numa nação islâmica, que viria para mergulhar o mundo numa catástrofe (o primeiro anticristo foi identificado como Napoleão Bonaparte e o segundo como Adolf Hitler). Não estou com isso a dizer que de fato são verdadeiras as predições constantes nas suas centúrias, que foram escritas em diferentes idiomas e passíveis de várias interpretações, entretanto questiono se realmente toda a nossa capacidade mental pode ser conhecida ou mesmo se a noção de espírito é puramente subjetiva como asseguram alguns físicos, a exemplo do britânico Stephen Hawking, ateu, que diz categoricamente não existir vida após a morte.
É uma discussão que talvez nunca chegue a uma definição. Todavia penso que faz parte da evolução da nossa espécie, dotada, privilegiadamente, de racionalidade.