A Polícia Federal foi recebida a tiros nesta quarta-feira, 02 de junho, ao cumprir mandados contra o empresário Nilton Costa Lins Júnior, alvo da 4ª fase da Operação Sangria, que investiga supostos desvios de recursos de combate à covid no Amazonas. O governador do Amazonas, Wilson Lima, e o secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo, também estão entre os investigados.
O empresário era alvo de mandados de busca e prisão temporária. Ainda não está claro se o empresário fez os disparos para o alto ou em direção aos policiais. Se ficar comprovado que foi contra os agentes, ele vai responder por tentativa de homicídio. Foram apreendidas quatro armas.
O advogado do empresário Nilton Costa Lins Júnior, José Carlos Cavalcante, afirma que não foi autorizado a acompanhar as buscas. Ele confirmou que houve tiros durante a ação, disparados pelo empresário.
STJ
Na abertura da sessão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo comunicou o episódio aos ministros da corte, responsável pela expedição dos mandados.
“Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa lá em Manaus”, afirmou Lindôra.
Ela disse que foi a primeira vez em 30 anos que viu algo do tipo acontecer em uma operação da PF. “Como foi uma situação muito sui generis — uma situação dessas eu nunca tinha visto acontecer –, eu achei por bem comunicar, antes de sair na imprensa, que ocorreu isso em Manaus”, disse Lindôra.
A PF apura supostas irregularidades no hospital de campanha Nilton Lins, usado para o combate ao coronavírus no estado. Em 2020, o governo do Amazonas assinou um contrato para alugar o Complexo Hospitalar Nilton Lins a fim de utilizá-lo como hospital de campanha.
Wilson Lima foi alvo de busca. Já o secretário Marcellus Campêlo é um dos alvos de mandado de prisão. Ele não foi encontrado em dois endereços nos quais foi procurado.
O STJ autorizou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e do secretário de Saúde.
Fonte: G1