Poeta de rua

Poeta de rua

Abro a janela do carro e dou algumas moedas, ele então inclina a cabeça sob o sol ou a chuva, e após rapidamente pegar aqueles trocados, espera o sinal fechar mais uma vez e recomeça sua arte.
É apenas um vagabundo debaixo das estrelas.
Oh! mundo, venham ouvir comigo a música, o malabarismo mágico destes artistas anônimos que cantam e dançam com o vento.
Através do vidro do carro as estrelas me parecem incrivelmente distantes, mas muito mais belas e brilhantes para eles.
Esboçam seus gestos para uma plateia impaciente.
Talvez tenham sonos precários, com noites de angústia, mas a alma está sempre alegre.
Atento o anjo que guarda a sua arte junto com sua solidão.
O ar morno da noite e as estrelas com o calor tórrido embalam seus sonhos.
Uma lua crescente sobe, até perder de vista, na noite, e esta solidão infinita acalenta a arte destes vagabundos com o olhar sempre nas estrelas.

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.

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