Basta dar uma olhada nas redes sociais para perceber que as fotos de bebês com animais de estimação disparam o “fofurômetro”, com muitas curtidas. Mas, por outro lado, essas imagens também geram polêmica com pessoas que ainda têm dúvidas se a relação dos pets com criança pequena é saudável.
A empresária Alexia Soares, 23, mãe da Lavínia, 1 mês, sentiu isso na pele. Recentemente, ela compartilhou no Facebook uma imagem da filha dentro do berço com a gata da família. Na legenda, explicou que a bichana passou a noite inteira ao lado da menina. “A qualquer movimento, ela ficava de olho e a cheirava por horas”, escreveu. Não demorou muito para chover comentários no post, tanto a favor quanto condenando a sua atitude.
Em entrevista à CRESCER, Alexia contou que seus dois gatos são vacinados, não saem de casa e têm consultas de rotina no veterinário a cada 15 dias. “Eles se apegaram tanto à bebê que, quando ela começa a resmungar no meio da noite, miam e me acordam. São melhores do que qualquer babá eletrônica”, compara. Como o assunto é polêmico até entre os especialistas, conversamos com um infectologista e algumas mães para saber a opinião deles sobre esta “cama compartilhada”.
Como até os 5 meses o sistema imunológico do bebê é imaturo, não é indicado ele dormir nem interagir com pets, porque o animal pode levar bactérias que o organismo da criança ainda não está apto a combater. Depois dessa idade, o pequeno pode conviver com o cachorro ou o gato da família normalmente pela casa. Há estudos que mostram, inclusive, que aquelas que convivem com animais de estimação têm chances reduzidas de desenvolver alergias.
O que não é aconselhado, no entanto, é deixar os dois passarem a noite inteira dormindo juntos, sem supervisão. Isso porque o animal é um ser irracional e pode morder ou arranhar e causar problemas mais sérios. Sem contar que, se o bicho estiver deitado muito próximo ao nariz ou à boca do bebê, pode levar até ao sufocamento. Vale lembrar que a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que o berço esteja o mais livre possível, sem protetores, pelúcias ou algo que possa dificultar a respiração da criança.
*Jean Gorinchteyn é infectologista do hospital Emílio Ribas (SP).
Fonte: Revista Crescer