Pobre demais para ser o Rei

“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.” (Lucas 2.25-26)

O natal de Jesus teve início com a anunciação feita, não a Maria, mas a Isabel, que seria a mãe de João Batista. Ele fazia parte do enredo de Deus para a vinda de Seu Filho ao mundo. Depois de Jesus nascer, seguindo o costume judaico e o que orientava a Lei, José e Maria foram a Jerusalém para apresentar uma oferta e consagrar a Deus seu primogênito. Os ricos ofereciam cordeiros, mas eles eram pobres e podiam oferecer apenas duas pequenas aves (rolinhas ou pombinhos – Lc 2.22-24, conforme Lv 12.6-8). O Filho de Deus estava havia chegado, mas os olhos humanos não poderiam reconhece-lo. Era pobre demais para lhes parecer o Messias.

Temos o vício de relacionar riqueza a importância. Ficamos cegos diante da pobreza. É assim desde que o pecado entrou na história. A manjedoura esconderia o Messias se não fosse o anjo, e no templo, durante a apresentação de Jesus, somente Simeão, um homem comprometido com Deus, sobre quem estava o Espírito Santo, reconheceu o menino que estava sendo trazido. Afinal, que esperar de um casal pobre? Qual a importância de mais um menino sem herança para o futuro da nação? Mas estava ali o Salvador do mundo! Jesus entrou na história pela porta dos fundos, por onde entram os empregados. Papai Noel desce pela chaminé e o “ladrão” (Jo 10.10) tem entrado pela porta da frente, confundido com um hóspede de honra.

Para celebrar o natal é preciso ter olhos para reconhece quem é Jesus. E isso, somente o Espírito Santo pode conceder. Não o reconhecerá quem pretende apenas tirar proveito, quem for somente um interesseiro, quem deseja apenas cumprir um ritual, posar de religioso. Só o reconhece de fato quem se humilha e o recebe como o Deus Conosco. Quem se vê necessitado de salvação. Quem escolhe estar com Ele, não apenas circunstancialmente, em determinadas ocasiões. Mas aqueles que entregam a vida para serem habitados por Sua presença. O natal está chegando. Natal de quem? Que seja o natal de Jesus Cristo, o Filho de Deus e Salvador de todos os que creem!

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